Um homem foi preso por tráfico de drogas em Gravataí, na Região Metropolitana, após ter sido encontrado pela polícia com um quilo de cocaína. O entorpecente estava escondido em uma embalagem de um quebra-cabeça infantil.
De acordo com o delegado João Wagner, titular da 2ª Delegacia de Polícia de Gravataí, o suspeito já estava sob o radar dos investigadores. Foi obtida a informação de que o homem costumava usar embalagens de brinquedos de criança no transporte da droga, para despistar eventual abordagem.
A tática seria usada por ele antes das enchentes que atingiram o Estado, mas ganhou força no contexto atual, em que a circulação de mercadorias aumentou devido às doações.
— A tática deste disfarce não é nova, mas veio bem a calhar no contexto que vivemos — diz o delegado.
A investigação revelou que o suspeito usava as embalagens para, em eventual abordagem e revista, poder dizer que estava transportando brinquedos para doação. Segundo o delegado, caso o homem já não estivesse sendo investigado, a droga poderia ter passado despercebida com facilidade. Segundo a investigação, o homem tem uma filha de 10 anos, o que explicaria o acesso às embalagens.
O delegado diz que o preso trabalhava com a telentrega de drogas, por isso, acredita que a carga apreendida seria dividida em pequenas porções. Ele já tinha antecedentes por tráfico de drogas e é natural de Esteio, com residência em Canoas. João Wagner explica como a polícia pretende lidar com estes disfarces:
— Não tem como fiscalizar tudo, por isso precisamos destas investigações qualificadas para tentar achar estes oportunistas que praticam estas atitudes desprezíveis em uma situação como essa.
O diretor da Divisão de Investigações do Narcotráfico (Dinarc), delegado Alencar Carraro, diz que a polícia está ciente destes casos, mas não considera que a tática tenha se disseminado de forma alarmante.
— O Denarc procura sempre estar atento às novas e tradicionais firmas de distribuição de drogas, como foi o caso da pandemia. Em relação ao tráfico imiscuído com as doações, não representou uma situação significativa — diz o diretor.
*Produção: Camila Mendes