Nos primeiros quatro meses, os totens de segurança instalados em Porto Alegre registraram 1.187 acionamentos. As estruturas têm quatro metros de altura e são equipadas com três câmeras de videomonitoramento. A intenção com os equipamentos interativos é facilitar o acesso da população aos serviços de segurança e saúde, em casos de emergências, nas áreas mais movimentadas da Capital.
Desses registros realizados entre 23 de dezembro e 23 de abril, no entanto, 926, ou seja 78% deles, ainda são de tentativas de trote ou alertas do sistema antivandalismo. Furtos, roubos, desaparecimentos, brigas e perdas de documentos representam cerca de 4,5% dos casos comunicados por esse meio.
O intuito, segundo o secretário de Segurança Pública de Porto Alegre, Alexandre Aragon, ao adotar a medida é implantar o sistema de proximidade, permitindo cobrir esses locais mesmo quando não há a presença de uma viatura na área naquele instante.
— É um instrumento novo, que foi colocado à disposição do porto-alegrense. Colocamos esses totens em locais de maior movimentação de pessoas — afirma.
Alguns pontos que receberam o equipamento são a Estação Rodoviária, a Orla do Guaíba (em dois trechos) e o Parque da Redenção (confira a lista completa abaixo). Ao longo dos meses, o número de acionamentos foi aumentando. No primeiro, foram 274, enquanto no último foram 348. O ponto onde se percebe o maior número de acionamentos é o Pop Center, no Centro Histórico.
Boa parte das interações com o totem, no entanto, ainda é realizada por pessoas que querem testar o equipamento. Em muitos desses episódios, a pessoa aperta o botão e desiste assim que é emitido alerta sonoro informando que sua imagem será gravada. Nestes casos, o acionamento é registrado como “tentativa de trote”.
— Em muitos casos, isso acontece por curiosidade, por quem não está acostumado com esse tipo de equipamento. Mas diferente do telefone, que as pessoas ligam e ficam anônimas, e muitas vezes movimentar uma estrutura paga pelo cidadão, para atender um chamado falso, no totem temos um sistema antitrote. Tu apertas o botão uma vez e vem uma mensagem automática. Se é trote, a pessoa não aperta uma segunda vez. Sabe que está sendo filmada. Isso protege o serviço público — explica Aragon.
Caso se trate de uma ocorrência mesmo, a pessoa deve apertar o botão uma segunda vez. A partir daí, ela passará a ser atendida por um servidor, que realiza os encaminhamentos necessários, como acionar a Brigada Militar, deslocar uma equipe da Guarda Municipal, por exemplo. Nos quatro meses, foram informados casos de furtos, roubos, ameaça, brigas, perda de documentos e outras denúncias, como a presença de uma pessoa armada, por exemplo. Em casos de furtos ou roubos de celulares, por exemplo, é comum a vítima seguir até um ponto onde está o totem para fazer o acionamento, já que está sem o telefone para comunicar o fato.
O operador que atende as vítimas fica na central de monitoramento e pode tanto usar o totem para emitir alertas de voz, como acionar as câmeras para fazer buscas, o que se torna útil, por exemplo, em casos de desaparecimentos.
— Tivemos três encontros de pessoas nesse período. Temos tido sucesso com as localizações porque as câmeras têm alcance de 900 metros, com bastante resolução. A pessoa vai até o totem e mostra a foto de quem está desaparecido para a câmera e o servidor começa a buscar — detalha o secretário.
Outros atendimentos
Ainda que um dos focos da instalação dos totens seja a segurança pública, outros tipos de encaminhamentos também são realizados por este meio. Dos acionamentos registrados nos quatro meses, 107 foram solicitações de acolhimentos em albergues, 61 foram pedidos de informação e 21 foram chamados de socorro em casos de saúde.
O equipamento também é usado para fazer comunicados e orientações em massa à população que circula pelas ruas da Capital. A estrutura já foi usada, por exemplo, para emitir alertas sobre tempestades, para que as pessoas evitassem sair de casa ou se abrigassem durante os temporais, e sobre campanhas como a prevenção à dengue.
— No início, as pessoas achavam que o totem era para multar. Na realidade, o totem é um policial de proximidade. As pessoas têm que se acostumar e saber que podem buscar esse serviço. Acreditamos que a tendência é que o uso cresça. Queremos que a população incorpore o uso ao seu dia a dia. Mas também entendemos que ele tem um caráter preventivo. Ele é ostensivo, e está fazendo a leitura do comportamento ao redor. Se o indivíduo quer cometer um ato, vai pensar antes — projeta Aragon.
Serviço
Como acionar
Os totens são equipados com um botão de emergência, que deve ser acionado. Na sequência, é emitido um alerta sonoro informando que a pessoa terá a imagem registrada e que, caso deseje seguir com o atendimento, deve apertar o botão uma segunda vez. Caso aperte, ela passa a ser atendida por um servidor da Guarda Municipal. O atendimento do serviço é 24 horas.
Quando acionar
Sempre que estiver numa situação emergência envolvendo segurança pública ou saúde. É possível fazer o acionamento em casos de furtos, roubos, sumiços de pessoas ou emergências médica. O canal não é o indicado para comunicar outros fatos envolvendo a prefeitura, como buraco de rua ou falta de água, por exemplo.
Onde
Veja no mapa a seguir: