A Auditoria da Justiça Militar de Santa Maria arquivou o processo contra oito policiais militares indiciados por invadir a casa e coagir um homem a confessar o assassinato de Gabriel Marques Cavalheiro, em São Gabriel, na Fronteira Oeste do RS, em 2022. A decisão foi tomada pela juíza Karina Dibi Kruel do Nascimento nesta quinta-feira (25).
Gabriel tinha 18 anos. Ele foi encontrado morto dentro de um açude em 19 de agosto de 2022, em São Gabriel, após uma semana de desaparecimento. Antes disso, ele foi visto pela última vez sendo colocado dentro de uma viatura da Brigada Militar, durante uma abordagem, a dois quilômetros de distância do local onde seu corpo foi encontrado. Três policiais foram detidos em 19 de agosto de 2022 e indiciados por homicídio triplamente qualificado.
Dias depois, em 3 de setembro, um homem de 59 anos foi preso e policiais afirmaram que ele confessou ter participado do crime. Um dia depois, porém, ele negou participação, e afirmou ter sido agredido e coagido pelos agentes na audiência de custódia. Em dezembro de 2022, o comandante-geral da BM, coronel Claudio Feoli, decidiu indiciar os policiais.
O Ministério Público (MP) considerou que os policiais ingressaram no imóvel do homem porque ele era considerado foragido e que o interrogatório, apesar de ter violado procedimentos operacionais da Brigada Militar (BM), não configurou abuso de autoridade.
Os PMs alvo do processo arquivado são o primeiro tenente Luiz Antônio Ribeiro Alves, o segundo sargento Carlos Nataniel Castro Racki, e os soldados Luciano Alonso Scherer, Elisangela da Silveira Morales de Oliveira, Rodolfo Tonetto de Oliveira, Antônio Rafael Coelho Lopes, Pedro Vicente Armanini Rosa e Édipo dos Santos Henrique.
O advogado Matheus Quartieri, responsável pela defesa do segundo sargento Carlos Nataniel Castro Racki e dos soldados Elisangela da Silveira Morales de Oliveira e Édipo dos Santos Henrique, afirmou ao G1 que "desde o início da investigação, sempre tivemos convicção da inocência dos policiais militares, baseada não só na realidade dos fatos, mas na conduta e no histórico funcional de todos os envolvidos. Apesar da repercussão negativa do caso à época e do seu reflexo na vida dos militares, hoje, a justiça finalmente prevaleceu".
O espaço está aberto para as manifestações das defesas de Luciano Alonso Scherer, Rodolfo Tonetto de Oliveira, Luiz Antônio Ribeiro Alves, Antônio Rafael Coelho Lopes e Pedro Vicente Armanini Rosa.