A Polícia Federal prendeu, na terça-feira (13), um dos condenados pela chacina de Unaí, ocorrida há 20 anos na cidade do noroeste de Minas Gerais. Hugo Alves Pimenta estava foragido desde setembro do ano passado, de acordo com a PF. Ele foi preso em Campo Grande, capital do Mato Grosso do Sul.
Condenado a 96 anos de prisão, inicialmente, Hugo Pimenta teve a pena reduzida depois que confessou envolvimento no crime e fechou acordo de delação premiada. Durante o julgamento, em 2015, ele admitiu que agiu como intermediário na contratação dos pistoleiros que executaram os auditores.
A chacina ocorreu em 28 de janeiro de 2004. Os auditores fiscais do Trabalho Nélson José da Silva, João Batista Soares Lage e Eratóstenes de Almeida Gonçalves e, ainda, o motorista Ailton Pereira de Oliveira sofreram uma emboscada e foram fuzilados à queima-roupa na zona rural de Unaí.
Além de Hugo Pimenta, outros cinco condenados pelo crime estão presos, incluindo Antério Mânica, um dos fazendeiros mandantes da chacina. Seu irmão, Norberto Mânica, encontra-se foragido. A defesa de Hugo Pimenta declarou que busca reverter a situação no Superior Tribunal de Justiça.
Trabalho análogo à escravidão
Os auditores investigavam denúncias de trabalho análogo à escravidão. O fazendeiro Norberto Mânica, principal acusado como mandante, pegou cem anos de pena de prisão.
Segundo a PF, Hugo Pimenta tinha mandado de prisão em aberto e, no momento em que foi capturado, estava com um passaporte falso.
Foram condenados, além de Mânica, outros três acusados também como mandantes e os cinco pistoleiros da chacina. Atualmente, destacou a PF, um mandante do crime ainda está foragido.
Homenagem
Por causa da brutalidade do crime e sua grande repercussão, foi instituído o Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo em homenagem aos auditores fiscais do Trabalho assassinados