Os criminosos que assassinaram duas pessoas na Ilha das Flores, em Porto Alegre, haviam tentado executar uma delas dois dias antes, no último dia 21, um domingo. No entanto, não encontraram o comerciante Valdir dos Santos Pereira, 53 anos. Por isso, retornaram no dia 23, uma terça-feira, e concretizaram a ação. Naquele dia, a estudante Sarah Silva Domingues, 28 anos, também estava no local, e acabou baleada e morta.
De acordo com a investigação, em uma moto, os criminosos foram ao mercadinho de Pereira, na Rua do Pescador, no dia 21, para executar Pereira.
— Como ele não estava no estabelecimento, só fizeram um reconhecimento do local e foram embora. Retornaram na terça-feira, quando encontraram Valdir (Pereira) conversando com Sarah. Chegaram já efetuando diversos tiros. (As vítimas) Não tiveram nem tempo para reagir — afirma o delegado Thiago Lacerda, diretor da Divisão de Homicídios da polícia na Capital.
A primeira tentativa do ataque foi descoberta porque câmeras de monitoramento da rua flagraram a ação. Nas imagens, é possível ver um dos indivíduos com capacete vermelho e moletom branco. O ataque que causou as mortes também foi gravado pelo aparelho.
Os dois retornaram na terça, matando também a estudante, que não era alvo da ação e estava no local fazendo um trabalho de faculdade. Apesar de ser alvo da facção, Pereira não tinha qualquer ligação com o crime organizado, assim como Sarah.
O motivo para a execução ainda não foi esclarecido, mas a polícia afirmou que os criminosos teriam uma desavença e estariam incomodados com Pereira, que era morador antigo da ilha e mantinha o comércio no local.
Prisões
Na manhã desta terça (6), foram presas cinco pessoas suspeitas de envolvimento na ação, na Operação Flor de Lótus. Os detidos seriam três mandantes do assassinato e dois envolvidos na execução do ataque. Os nomes não foram divulgados pela polícia.
Também foram cumpridos mandados de busca busca e apreensão nesta manhã, em Balneário Pinhal e em presídio de Charqueadas, e no Centro de Custódia Hospitalar Vila Nova e no bairro Rubem Berta, na Capital.
Foram apreendidos celulares dos suspeitos, capacetes e roupas que teriam sido usados na ação.
Segundo a polícia, a investigação segue em andamento e identificou outros cinco suspeitos de envolvimento no caso.