Começou às 9h30min desta quinta-feira (15) o julgamento do policial militar acusado de matar o engenheiro civil Vilmar Mattiello, 58 anos, na zona sul de Porto Alegre. A sessão ocorre na 2ª Vara do Júri do Foro Central, e a sentença deve ser conhecida no final do dia.
Matiello foi atingido por um disparo após perseguição policial na Avenida Wenceslau Escobar, na zona sul da Capital, em janeiro de 2016. Conforme o Ministério Público, o engenheiro não obedeceu a uma ordem de parada em abordagem da Brigada Militar e passou a ser perseguido. O PM atirou e acertou pelo menos um disparo no veículo da vítima, que ainda atingiu um poste. No carro, ainda estava um amigo do engenheiro que se feriu na ação.
Natural de Xaxim, em Santa Catarina, Mattiello, era sócio da Construtora Epplan, com sede no bairro Azenha, na Capital.
Jonatan André Baranoski Tonin responde em liberdade por homicídio simples e tentativa de homicídio. Ele segue atuando na Brigada Militar. A qualificadora de recurso que impossibilitou a defesa da vítima não foi reconhecida na sentença de pronúncia.
— Nós não podemos aceitar que a Polícia Militar, por seus integrantes, atirem em veículos que não obedecem a sinal de parar sem saber quem está dentro, sem saber a situação, sem saber se é carro roubado, sem saber se é criminoso ou se é um pai de família como era no caso — afirmou o promotor de Justiça Eugênio Paes Amorim.
A defesa do policial afirma que vai sustentar legítima defesa em plenário.
— De forma alguma ele queria o resultado. Isso está bem claro por toda a prova do processo. Toda a repercussão do caso é porque a gente sabe que era um senhor de bem, um engenheiro, irmão de um juiz federal. Mas isso a gente só ficou sabendo depois. Quem está naquele momento, quem está naquela situação, no calor dos fatos, não sabe — sustentou a advogada Andrea Ferrari, que defende o réu.
No júri, serão ouvidas seis testemunhas de acusação e uma de defesa, além do interrogatório do acusado. A primeira a depor é o amigo de Vilmar, que também é considerada vítima nesse caso.
Após depoimentos e interrogatórios, deve ter início a fase de debates, com duração prevista de cinco horas.