A mulher presa após a morte da filha de 11 anos, no último dia de 2023, em Montenegro, no Vale do Caí, sustenta que a menina tinha lesões pelo corpo provocadas pelo longo período que permaneceu acamada. A menina morreu após dar entrada no hospital da cidade no dia 31 de dezembro e apresentava lesões pelo corpo que foram vistas como indícios de maus-tratos. Por isso, a Brigada Militar foi acionada e deteve a mãe e o padrasto em flagrante. As prisões, por suspeita de homicídio culposo (quando não há intenção de matar), foram convertidas em preventivas em audiência de custódia na terça-feira (2).
Conforme o advogado André Carús, que representa a mãe, a menina sofria consequências de um quadro de hidrocefalia diagnosticado quando ela tinha um ano de idade. Desde então, vivia acamada, era alimentada por sonda e precisava de suporte de oxigênio.
— Nossa posição é de que não houve negligência. Ela tinha lesões pelo estado que se encontrava, acamada há muito tempo. Até fotos das escaras foram juntadas ao auto de prisão. Ela também tinha lesões provocadas pela agitação, uma criança querendo tirar a sonda, apoio de oxigênio, aí acabava causando isso — diz o advogado.
Carús também afirma que a menina foi levada pela própria mãe ao Hospital de Montenegro, após apresentar febre. Ainda segundo o advogado, a criança teria chegado à instituição por volta das 15h do dia 31 e morrido às 17h. À noite, o Conselho Tutelar e a Brigada Militar foram acionados e o casal foi preso em flagrante em casa.
Conforme a conselheira tutelar Leila Ternes, não havia denúncia ao órgão sobre maus-tratos contra a criança. Ela também confirmou que a menina era acompanhada pela Secretaria da Saúde do município, por conta dos problemas de saúde.
A defesa afirma que vai pedir a liberdade provisória da mãe e que aguarda o laudo do Departamento Médico Legal (DML), que deve apontar as causas da morte.
A menina que morreu tinha nove irmãos, que estão sob os cuidados de familiares e recebem acompanhamento do conselho tutelar. Os nomes dos envolvidos não são divulgados para preservar as identidades dos irmãos da vítima.