Durante a Operação Sfaira, cujo objetivo é combater uma organização criminosa atuante em condomínios populares na Região Mmetropolitana, chamou a atenção a apreensão de um miniaparelho celular na Penitenciária Estadual de Canoas (Pecan). O telefone, do tamanho de uma tampa de caneta, passou despercebido pelos equipamentos de segurança da prisão.
De acordo com a delegada responsável pela operação, Luciane Bertoletti, o celular foi localizado dentro da cela de um suspeito de ser uma das lideranças do tráfico de drogas na Região Metropolitana.
— A Pecan é conhecida por ser uma cadeia segura, onde a entrada de celulares é impedida pelo eficaz sistema de bloqueadores que possui. No entanto, surpreendentemente, ele passou. O aparelho requer uma senha para ser acessado, e a partir dele daremos continuidade à investigação — explicou.
Operação Sfaira
A Operação Sfaira resultou no cumprimento de nove mandados de busca e apreensão, incluindo celas do regime fechado do sistema prisional. Durante a ação, dois mandados de prisão preventiva foram executados na Pecan contra presos recém-transferidos do Presídio Central de Porto Alegre, onde estariam comandando o esquema criminoso.
Os crimes investigados incluem tráfico de drogas, associação ao tráfico, extorsão e ameaças, praticados por criminosos que adotavam táticas de terror para forçar colaboração com suas atividades ilícitas.
A investigação, que se estendeu por aproximadamente nove meses, teve início a partir de denúncias que indicavam a coação de moradores de condomínios populares de Canoas pelos criminosos, inclusive com relatos de que líderes do grupo comandavam o esquema de dentro do regime fechado. A prática criminosa incluía o tráfico de entorpecentes nos condomínios, impondo a lei do silêncio sob ameaças de expulsão ou até mesmo morte para quem desobedecesse.
Outra prisão ocorreu dentro de um dos condomínios, visando desarticular a atuação dessa organização criminosa. Além disso, um menor de idade também foi apreendido.
A delegada Luciane destacou a "extrema dificuldade" em obter testemunhas, dado que os criminosos impunham o silêncio absoluto sobre suas atividades.