Um homem de 50 anos foi preso preventivamente por suspeita de atear fogo ao carro da ex-namorada, no sábado (7), em Porto Alegre. De acordo com a Polícia Civil, o fato ocorreu depois que ele foi intimado em razão de uma medida protetiva, para que não se aproximasse da mulher. As chamas também atingiram parte das janelas da casa dela. O caso é investigado pela Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) da Capital. O preso não teve a identidade divulgada.
Conforme a polícia, os dois mantiveram relacionamento por três anos e estavam separados há dois meses. No entanto, sem aceitar o término, o homem esteve na casa da mulher no dia 1º, um domingo. Como a entrada não foi permitida, ele teria jogado pedras na residência, segundo a investigação.
Por isso, a vítima procurou a polícia, registrou ocorrência e solicitou Medidas Protetivas de Urgências (MPUs) — ordem judicial que determina, entre outras coisas, que agressores não possam entrar em contato nem se aproximar de ex-companheiras.
A medida foi deferida pelo Judiciário e o homem foi intimado por volta das 19h30min do dia 4, uma quarta-feira. Depois disso, ele teria se deslocado até um posto de combustíveis e comprado um galão de 30 litros de gasolina, segundo a investigação.
Na madrugada do dia 5, por volta das 2h30min, ele teria ido novamente até a casa da vítima, na zona sul da Capital, e jogado a gasolina, através das grades, no carro da mulher. Depois, teria ateado fogo ao veículo. As chamas atingiram também parte das janelas da casa, e foram controladas pela mulher e vizinhos.
"Desprezo" e "escalada da violência"
O homem foi localizado e preso no sábado, de forma preventiva, por incêndio doloso e descumprimento de Medida Protetiva de Urgência.
Titular da Deam da Capital, a delegada Cristiane Ramos, afirma que, assim que as equipes obtiveram a ordem da prisão contra o homem, passaram a procurá-lo, ainda no fim de semana, "para garantir a segurança da vítima e evitar um crime mais grave".
— A conduta do agressor, além de demonstrar desprezo pela decisão judicial que deferiu as medidas protetivas, demonstrou uma escalada da violência e um perfil de risco para feminicídio, razão pela qual houve representação imediata pelo decreto de prisão preventiva — afirma Cristiane.
A investigação segue em andamento na delegacia.