Ao menos 35 ônibus e um trem foram incendiados na zona oeste do Rio de Janeiro nesta segunda-feira (23), de forma criminosa. Segundo informações preliminares divulgadas pelo g1, os ataques seriam uma represália à morte de Matheus da Silva Rezende, o Faustão, um dos líderes da maior milícia da capital e sobrinho do miliciano Zinho. Ele foi morto durante uma troca de tiros com a Polícia Civil na comunidade Três Pontes, também na Zona Oeste, nesta segunda.
Por volta das 16h, apenas as linhas 13 (Alvorada x Mato Alto - Expressso), 25 (Alvorada x Mato Alto - Parador) e 22 (Jd. Oceânico x Alvorada - Parador) estão circulando, de acordo com a MobiRio, empresa pública que opera o sistema BRT no corredor Transoeste.
O primeiro ônibus que pegou fogo estava na Rua Felipe Cardoso, perto do BRT Cajueiros, em Santa Cruz, informou o Centro de Operações Rio (COR-Rio).
De acordo com o Corpo de Bombeiros, são mais de 15 pontos de incêndio na cidade. Segundo a prefeitura do Rio, os bairros Guaratiba, Inhoaíba, Paciência, Cosmos, Santa Cruz e Magarça foram impactados pela ação criminosa. Além disso, moradores relatam que vias foram interditadas e outros veículos, que não são ônibus, foram queimados.
Pelas 17h, o município entrou em estágio de mobilização e por volta das 18h45min, entrou em estágio de atenção. Esse é o segundo nível, em uma escala de cinco, e é acionado quando há riscos de ocorrências de alto impacto na cidade. Além disso, a Secretaria Municipal de Educação determinou a suspensão das aulas nas regiões afetadas.
Morte desencadeou ataques
Matheus da Silva Rezende, sobrinho do miliciano Zinho, morreu nesta segunda-feira (23), em uma troca de tiros com a Polícia Civil, na comunidade Três Pontes, em Santa Cruz, na zona este do Rio. O confronto envolveu policiais da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) e do Departamento Geral de Polícia Especializada (DGPE), e agentes da Polinter.
Segundo a polícia, Matheus, também conhecido como Faustão, era apontado como o segundo na hierarquia da milícia da região. Ele é o terceiro da família a morrer em confrontos com a polícia do Rio.
Em 2017, Carlos Alexandre da Silva Braga, um tio, morreu durante uma operação da Delegacia de Homicídios da Capital. Em 2021, Wellington da Silva Braga, outro tio, morreu após reagir à prisão.