O homem preso na noite do último domingo (29) suspeito de assassinar a companheira em Encantado, no Vale do Taquari, teria cometido o crime na frente de duas crianças, filhas do casal. Eles não tiveram as idades divulgadas. Rosemel José Guevara Villarroel, 30 anos, é suspeito de atacar a companheira a facadas dois dias após ter a prisão preventiva revogada pela justiça.
A vítima, identificada como Wilmary Carolina Magallanes Salazar, 21 anos, já havia denunciado o homem por agressão, que chegou a ser preso no final de setembro. Ambos são venezuelanos.
Dois dias antes do crime, a prisão foi revogada e a mulher recebeu uma medida protetiva de urgência, que proibia o homem de se aproximar dela. Na noite de domingo, ele teria descumprido e cometido o crime.
— A gente segue agora para buscar mais detalhes do que aconteceu naquele domingo. Como foi, porque é muito difícil ter informações. Dentro de um local que não tem câmeras. Era só o casal e as crianças — afirmou o delegado de Encantado, Alex Assmann.
Após o crime, o homem se feriu na altura do pescoço e permanece internado. Por esse motivo, ainda não foi ouvido pela Polícia Civil.
Os filhos do casal foram acolhidos por familiares de Wilmary.
GZH procurou o Tribunal de Justiça do Estado (TJ-RS) para entender os motivos que levaram à soltura de Villarroel e aguarda retorno.
Medida Protetiva não é escudo mágico, diz promotora
Coordenadora do Centro de Apoio Operacional de Enfrentamento à Violência contra a Mulher, a promotora de Justiça Ivana Battaglin apontou, em entrevista ao Gaúcha Atualidade desta terça-feira (31) que os feminicídios são mortes evitáveis, mas a medida passa por uma rede ampla de apoio à vítima.
— A medida protetiva é muito importante. As pesquisas indicam que mais de 90% das mulheres que morrem não tinham medida. Ela protege, mas não é um escudo mágico. Ele foi preso preventivamente, mas isso não é escudo mágico. Precisa de articulação melhor da rede como um todo — avaliou a promotora.
Battaglin cita como exemplo a criação de casas-abrigo para acolhimento de mulheres e crianças vítimas em ambiente desconhecido do agressor.