O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, em coletiva de imprensa nesta sexta-feira (6), usou o termo "máfia" para se referir aos criminosos responsáveis pelo ataque em que três médicos foram mortos na madrugada da quinta-feira (5), na orla da capital fluminense. As informações são do g1.
— Não estamos falando mais de uma briga de milicianos e traficantes. Estamos falando de uma verdadeira máfia, uma máfia que tem entrado nas instituições, nos poderes, nos comércios, nos serviços e no sistema financeiro nacional — declarou.
Dois dos suspeitos do crime foram encontrados mortos na noite seguinte ao crime. A polícia investiga se um "tribunal do tráfico" foi montado, determinando a morte dos envolvidos.
— A máfia tem seus próprios tribunais e vem atuando nas mais diversas esferas. Essa máfia vem se expandindo no território nacional — disse Castro.
O governador esclareceu que as investigações sobre o ataque seguirão, mesmo que os principais suspeitos tenham sido encontrados mortos.
— As investigações continuam. Não iremos parar por aqui. Não é porque se acharam corpos que as investigações vão parar. As investigações vão ser ampliadas, vão continuar. Não retrocederemos um milímetro sequer para essas máfias — prometeu.
Castro informou que a inteligência policial já planejava uma operação para capturar os suspeitos do crime, quando foram descobertos os corpos dentro de dois veículos, na Zona Oeste.
— Estávamos prontos para fazer incursões para prender esses suspeitos quando fomos surpreendidos com esse pseudotribunal do tráfico tendo os punido — completou.
Ele expressou seu pesar às famílias das vítimas e elogiou os esforços da equipe de investigação no caso.
Unir esforços
Castro e o secretário-executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Capelli, se encontraram para discutir a questão e elaborar estratégias para o apoio do governo federal na luta contra a criminalidade no Estado.
O secretário-executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Cappelli, enfatizou que a violência causa danos à economia e representa um desafio ao Estado democrático de direito. Ele destacou a necessidade de unir forças no combate a organizações criminosas que muitas vezes têm alcance interestadual e até mesmo transnacional.
— Não há outro caminho a não ser a sociedade brasileira, as instituições darem as mãos. É um desafio do país — enfatizou.
Cappelli destacou a colaboração da Polícia Federal na investigação dos assassinatos dos médicos.
— O ministro Flavio Dino determinou e, nos próximos dias, vamos ampliar a nossa ação de inteligência no Estado do Rio de Janeiro, reeditando o que foi a Missão Suporte, que identificou e prendeu líderes de organizações criminosas. Vamos ampliar o apoio ao governo do Rio de Janeiro — antecipou