No fim de semana, após investigação de mais de três meses, a Polícia Civil gaúcha localizou e prendeu em Santa Catarina um dos suspeitos de assaltar, no dia 2 de maio deste ano, um motorista por aplicativo no Rio Grande do Sul. O criminoso, que não teve o nome divulgado, foi detido no município de Balneário Arroio do Silva.
Ele tem antecedentes por homicídio doloso, roubo, estupro, descumprimento de medida protetiva de urgência, ameaças e posse de entorpecentes. Outros dois assaltantes seguem sendo investigados pela Delegacia de Roubo de Veículos do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic).
A delegada Caroline Jacobs e o delegado João Vitor Herédia, do Deic e responsáveis pela investigação, informam que o suspeito, localizado no fim de semana em Santa Catarina, estava em uma construção civil.
Os policiais acreditam que estava trabalhando em uma obra no Estado vizinho até mesmo como uma forma de se esconder e não revelar sua identidade após a repercussão que o assalto teve. Ele foi conduzindo para Porto Alegre, prestou depoimento e foi encaminhado para o sistema prisional.
Os delegados destacam que a apuração continua. A ação da polícia em Balneário Arroio do Silva foi denominada “Eleutheria” e faz menção à divindade da mitologia grega Eleutéria, costumeiramente associada à liberdade de movimento.
Relembre o caso
Em maio deste ano, o motorista de transporte por aplicativo, cuja identidade pede para não ser revelada por motivo de segurança, preparava-se para voltar para casa depois de ter atingido sua meta diária de remuneração pelo serviço. A rotina foi rompida e a vida por pouco não foi interrompida em desfecho trágico decorrente de um crime recorrente nas metrópoles: um assalto.
O caso ganhou notoriedade quando outros condutores de veículos registraram uma cena inusitada, posteriormente divulgada por mais de uma fonte em redes sociais. Na imagem, o homem acena de dentro do porta-malas de automóvel em movimento. Faz sinal de arma para alertar sobre o roubo do qual está sendo vítima. Implora com o olhar e faz gesto de fala ao telefone, pedindo que alguém chame a polícia. O homem conseguiu escapar na altura da Avenida Cristiano Fischer, pediu socorro e registrou o fato na 15ª Delegacia.
— Isso me trouxe uma grande decepção. As pessoas me filmaram, compartilharam as imagens nas redes sociais. Não quero ser injusto, mas, pelo que soube, a polícia somente ficou sabendo do fato pela propagação do vídeo. Ninguém ligou para o (telefone) 190 — disse a vítima, na época, em entrevista para GZH.