A Polícia Civil divulgou neste sábado (26) que a Justiça decretou a prisão preventiva de três pessoas detidas em flagrante durante operação policial realizada nos dias 17 e 18 deste mês. Os investigados são suspeitos de dois homicídios ocorridos neste ano no Vale do Sinos: um motorista de aplicativo em São Leopoldo e um homem com vários antecedentes criminais encontrado queimado ao lado de carro incendiado em Novo Hamburgo.
Um dos três presos e agora com preventiva decretada é Josemar dos Santos, 45 anos, conhecido como Gandula. Após uma investigação do Departamento de Homicídios, foi descoberto o paradeiro do investigado, que estava na condição de foragido após receber o benefício de prisão domiciliar humanitária. Ele é apontado por fornecer armas para o líder da facção envolvida no duplo assassinato.
O criminoso estava vivendo em um condomínio de casas de alto padrão, em Balneário Camboriú, no litoral catarinense, onde foram encontradas três granadas de mão. Segundo o diretor da Divisão de Homicídios da Região Metropolitana, delegado Rafael Pereira, Gandula vivia em uma mansão e transitava pela praia com uma BMW, comprada com dinheiro vivo. O veículo foi avaliado em R$ 300 mil. A casa seria alugada.
O investigado tem 40 anos de condenação e extensa ficha criminal: homicídio doloso (15 vezes), tráfico de entorpecentes (duas vezes), porte ilegal de arma de fogo (duas vezes), roubo a estabelecimento comercial (quatro vezes), roubo a residência (duas vezes), lesão corporal (cinco vezes), uso de documento falso, organização criminosa, entre outros, sendo, por isso, detentor de considerável número de indiciamentos: 27, no total.
A polícia chegou até Gandula após descobrir que os dois homicídios tinham ligação principalmente devido a dois investigados. Além do suspeito que vivia em Santa Catarina, o mandante das mortes, que é um apenado considerado um dos líderes da organização criminosa e que está em uma cadeia gaúcha após voltar de penitenciária federal.
O mandante foi identificado como Márcio Fabiano de Carvalho, 44 anos, conhecido como Gordo Márcio. Os dois suspeitos mantinham ligação estreita na questão de fornecimento de armas, e Pereira apura se alguma das armas repassadas por Gandula teriam sido usadas nas mortes no Vale do Sinos. O que se sabe até agora é que os dois crimes teriam sido encomendados pela mesma facção.
Sobre a operação policial, além das prisões preventivas decretadas, o delegado ressalta que ainda há outros quatro suspeitos que tiveram prisões temporárias cumpridas contra eles. Na questão das apreensões, foi feito um balanço por parte dos agentes.
- Dois carros de alto padrão
- Duas pistolas calibre 9 milímetros, sendo uma com mira laser
- Um seletor de rajada (para tiros)
- Quatro carregadores de pistolas
- 84 estojos de calibre 9 milímetros
- Três granadas de mão
- Dois cadernos com anotações alusivas ao tráfico de drogas
- 16 aparelhos celulares;
- R$ 2.189,00 e joias
A advogada Bruna Castelo Branco Ritter, responsável pela defesa de Gandula, ainda não se manifestou sobre o caso. GZH segue em contato com a polícia em busca da defesa de Gordo Márcio para contraponto.