A Polícia Federal (PF) comunicou na sexta-feira (7), que deteve um adolescente do Espírito Santo que é considerado "um dos principais agressores no Discord e TikTok". Segundo os investigadores, ele é suspeito de cometer vários atos infracionais nessas plataformas.
Segundo o jornal O Globo, a identidade do suspeito não foi revelada pela polícia. Em comunicado, a PF afirmou que "apesar de ter sido alvo de busca e apreensão em sua casa, o adolescente continuou cometendo diversos atos infracionais, como incitação à automutilação e abuso infantil, demonstrando total desrespeito pela lei".
Em junho, uma investigação do programa "Fantástico", da TV Globo, revelou um lado sombrio do Discord, onde são compartilhados conteúdos relacionados à automutilação, crueldade contra animais, além de disseminação de pornografia, ideias racistas, homofóbicas, misóginas e neonazistas.
No Discord, várias meninas se tornaram vítimas de abuso, sendo chantageadas por criminosos. As vítimas são obrigadas a cumprir desafios, sob ameaça de terem fotos íntimas divulgadas pelos abusadores caso não aceitem.
A plataforma
Lançado em 2015 por Jason Citron, um jogador de videogame e programador de computador, o Discord não possui um feed ou linha do tempo com postagens relacionadas às preferências individuais ou perfis seguidos por cada usuário. Em vez disso, é dividido em servidores que funcionam como salas de bate-papo, agrupando usuários com interesses em comum.
Os maiores servidores da plataforma são públicos e dedicados a discussões sobre jogos específicos, como League of Legends ou Fortnite. Também existem comunidades para debates sobre arte, música ou inteligência artificial, seguindo uma ideia similar aos grupos do Facebook.
Por outro lado, há servidores privados no Discord, que requerem convite para ingressar e geralmente têm menos membros. Esses servidores privados são espaços digitais onde grupos de amigos se reúnem para trocar mensagens ou participar de chamadas durante jogos de videogame.
No entanto, são os servidores privados menores que facilitam a atuação de criminosos, pois recebem menos atenção dos moderadores da plataforma em comparação aos grupos mais populares. Os moderadores tendem a priorizar a supervisão desses grupos maiores.