A Polícia Civil prendeu dois suspeitos da execução de Leonardo de Souza Xavier, 19 anos, e Taís de Lima Prestes, 24. Os jovens desapareceram em 13 de maio em Canoas e os corpos foram encontrados enterrados no dia 2 de junho, em um matagal em Nova Santa Rita. As prisões foram divulgadas nesta sexta-feira (16).
Segundo a Delegacia de Homicídios de Canoas, a dupla foi detida no início de junho e a polícia aguardava a decisão sobre os pedidos de prisão preventiva — o que foi determinado pelo Poder Judiciário. A investigação apurou que um dos presos teria decidido matar os dois jovens por ciúme, com apoio do outro investigado.
O primeiro suspeito, de 23 anos, foi preso no mesmo dia em que os corpos foram localizados. Ele, que é primo do homem apontado como mandante e autor dos homicídios, seria comparsa no crime, e teria ajudado no sequestro de Taís e na ocultação dos cadáveres. O Fiat Uno vermelho usado para sequestrá-la foi encontrado na casa dele.
O titular da Delegacia de Homicídios de Canoas, delegado Arthur Reguse, não divulgou o nome dos presos. Porém, com o mandado de prisão preventiva, GZH confirmou que o outro suspeito é Gabriel Sobrinho Rodrigues, 28. Ele se apresentou às autoridades em Porto Alegre logo após os homicídios, e foi preso porque havia um mandado contra ele, por roubo.
A reportagem tenta contato com uma advogada que o representa — e que o acompanhava quando ele se apresentou — para contraponto.
Após as prisões, a polícia ouviu os suspeitos e seguiu trabalhando em busca de provas da autoria e de entender a motivação para o crime. O avanço da investigação motivou os pedidos de prisão preventiva, agora aceitos pela Justiça.
O delegado Reguse não dá detalhes da apuração, mas informa que Rodrigues teria, inicialmente, confessado a autoria. O outro suspeito, de 23 anos, ficou em silêncio durante depoimento.
Rodrigues mantinha relação amorosa com Taís. A hipótese da polícia é que ele tenha cometido o crime porque a mulher passou a se relacionar com Leonardo, que era amigo do suspeito. De acordo com o delegado, a mãe do suspeito esteve na casa de Taís no dia 13 de maio, horas antes de a jovem ser sequestrada, e tirou de lá a filha dela, de 4 anos.
Os dois suspeitos presos devem ser indiciados por associação criminosa, ocultação de cadáver, homicídio doloso qualificado e feminicídio.
O diretor do Departamento de Homicídios, delegado Mario Souza, ressalta que é mais um caso que começa com desaparecimento e termina como homicídio, mas em que o trabalho da polícia permite identificar autoria e motivação. Ele menciona o também recente caso do empresário de Minas Gerais que foi encontrado morto no RS.
— Estamos aos poucos solucionando caso a caso, não só os de desaparecimentos, mas os homicídios, tanto por motivos passionais, quanto os que envolvem questões do tráfico, entre outros motivos. Temos que continuar atuando para prender todos os suspeitos de todos os homicídios ocorridos na Região Metropolitana e Vale do Sinos — diz Souza.