Foi preso o 37º suspeito de integrar a quadrilha gaúcha, com membros também em Santa Catarina, apontada como responsável por aplicar o golpe dos nudes em pelo menos 80 vítimas de 12 Estados desde o ano passado. O investigado foi detido na casa do pai, no bairro Vila Jardim, na zona norte de Porto Alegre.
Ele é apontado pela polícia como o responsável por extorquir as vítimas — homens que pensavam estar trocando imagens íntimas com mulheres mais jovens —, e também por arrecadar o dinheiro dos laranjas, que emprestavam contas bancárias, e repassar aos líderes.
A quadrilha foi alvo de operação policial no dia 29 de maio. Na ocasião, após 11 meses de investigação, foram cumpridos 41 mandados de prisão, 30 de busca, dois de sequestro judicial de veículos e 25 bloqueios de contas bancárias
Responsável pela apuração, o titular da 2ª Delegacia do Departamento de Investigações do Narcotráfico (Denarc), delegado Rafael Liedtke, destaca que o grupo tem 41 investigados que teriam aliciado uma adolescente de 17 anos e comprado imagens do seu corpo e áudios para serem usados no golpe. Segundo a polícia, ainda há três integrantes foragidos.
Segundo o delegado, o preso tem 23 anos. Ele estava baleado quando foi detido. Liedtke destaca que ele estava na casa de um primo, em Cachoeirinha, no dia 4 deste mês, com mais um amigo. Na ocasião, homens armados invadiram o local e balearam as pessoas que estavam na residência. O suspeito de aplicar o golpe dos nudes, que não teve o nome divulgado, sobreviveu e buscou atendimento em Porto Alegre. Ele levou um tiro nas costas.
Ainda sobre o 37º detido, o delegado destaca que ele era conhecido também por ostentar nas redes sociais e em grupos de WhatsApp. A polícia obteve várias imagens dele com dinheiro e objetos adquiridos com valores extorquidos das vítimas. O inquérito policial sobre este grupo deve ser concluído nos próximos dias.
Conforme inquérito do Denarc, o detido já tinha antecedentes criminais por porte ilegal de arma. Ano passado ele chegou a ser preso em uma ação policial, mas o delegado conta que foi paga fiança para que ele fosse solto. Quem pagou o valor estipulado pela Justiça, segundo a polícia, foi o líder da quadrilha apontada como responsável por extorquir vítimas em vários Estados brasileiros.
Próximos passos
Os agentes agora verificam mais bens dos suspeitos e 25 contas bancárias de laranjas. Após os golpes, os criminosos compravam imóveis, carros de luxo e faziam depósitos em várias agências. Liedtke diz que, além de tentar prender os integrantes da quadrilha que ainda seguem soltos, tenta identificar outros, assim como mais vítimas.