Investigado por homicídio doloso — quando há intenção de matar —, o motorista que teria atingido de propósito e matado o motociclista Paulo Roberto de Oliveira Santos, 35 anos, em 14 de maio em Viamão teve pedido de prisão negado pela Justiça. A solicitação partiu do delegado Alexandre Fleck, que investigou o caso.
— No meu entendimento, quem faz isso numa discussão, pode matar em outra. É um perigo ambulante — declarou o delegado.
Esse não foi o mesmo entendimento da Justiça, que indeferiu o pedido, por considerar que os requisitos para prisão preventiva não estavam presentes.
"Convém destacar que o investigado foi interrogado na seara policial, prestando sua versão dos fatos, circunstância que, associada à sua condição de primário, dissipa, por ora, quaisquer indícios de seu intento em se eximir da responsabilização penal ou prejudicar a escorreita colheita da prova", cita trecho da nota enviada pelo Tribunal de Justiça ao ser questionado pela reportagem de GZH.
O caso, que se tornou público na quarta-feira (14), foi inicialmente tratado como acidente de trânsito. No entanto, a linha de apuração mudou depois que uma pessoa que presenciou discussão anterior entre o motorista e o motociclista e seguiu o carro após a colisão procurou a polícia. Essa testemunha levou as informações que ajudaram na identificação do motorista no dia seguinte.
— Ela me disse que eles discutiram na saída da rua e ele jogou o carro por cima da moto. Essa é a minha indignação, como alguém que faz isso não oferece risco? Nada vai trazer meu marido de volta, ele destruiu minha vida — disse Renata Fagundes, esposa de Paulo havia mais de 20 anos, sobre conversa com testemunha.
Segundo o delegado, o motorista foi ouvido e negou qualquer envolvimento, apesar de dizer ter presenciado a discussão de Paulo com outra pessoa. O carro dele apresentava uma avaria no retrovisor e uma pintura com tinta de spray, uma tentativa, segundo a polícia, de ocultar a prova do crime. O nome dele não foi divulgado.