Um dos suspeitos de envolvimento nas execuções de Wesley Amaral dos Santos, 19 anos, e Jonathan Júnior Xavier Lopes, 16, após suposto furto em um depósito do Detran, em Sapucaia do Sul, se entregou à polícia.
Rudimar Rosa, 41 anos, dono de uma empresa de guincho que prestava serviço para o depósito do Detran, se apresentou na manhã do domingo (30) na DP de Camaquã. Havia um mandado de prisão preventiva contra ele, que era considerado foragido. A advogada Luana Teixeira Xavier, que atende Rosa, afirma que o investigado não tem ligação com o crime e optou por se apresentar à polícia para esclarecer o caso. Sobre as informações do caso divulgadas até o momento, a advogada afirma que "os fatos alegados serão, em tempo oportuno, devidamente esclarecidos no bojo do processo judicial".
"Cumpre salientar que Rudimar da Silva Rosa afirma ser totalmente inocente quanto aos fatos contra ele imputados, e por estar sofrendo represálias resolveu se apresentar para reponder ao processo e provar sua inocência", disse em nota.
Os outros dois suspeitos de envolvimento nos crimes, Leopoldo Rausch Potter, 39 anos, e Tiago More Martins, 38, seguem foragidos. O trio teve a prisão decretada em abril.
A defesa de Leopoldo Potter não retornou os contatos da reportagem. Tiago Martins ainda não constituiu defesa, segundo a delegada do caso.
Crime seria castigo por furto de baterias
A investigação apontou que Wesley e Jonathan teriam ido até um Centro de Desmanche de Veículos credenciado pelo Detran para furtar duas baterias na noite de 30 de março. Eles estariam acompanhados de outros dois, que ficaram do lado de fora do estabelecimento, conforme apuração.
A dupla teria sido flagrada e rendida por seguranças dos depósitos, conforme os amigos que ficaram do lado de fora e que conseguiram fugir. Avisada pelos dois, a mãe de Jonathan, Edilaine Xavier, contou que foi até o depósito e ouviu dos seguranças que eles haviam disparado para cima com a intenção de assustar os rapazes e que ela poderia voltar para casa, pois logo eles retornariam.
— Nada justifica o que ele fez, de entrar num lugar fechado. Mas ele estava deitado já. Que chamassem a polícia — disse Edilaine à GZH cinco dias após o crime.
Sem notícias ao longo da madrugada, Edilaine estava a caminho da delegacia para registrar o desaparecimento do filho quando soube, pelas redes sociais, do encontro de dois corpos em uma estrada de Sapucaia do Sul. Uma familiar foi até o local e reconheceu Wesley e Jonathan pelas tatuagens.