A investigação que apura possíveis crimes de estelionato que seriam aplicados pela loja Tá Di Zoeira está se encaminhando ao final. Centenas de clientes alegam não terem recebido os produtos que foram comprados da empresa.
O inquérito busca entender se foram, de fato, aplicados golpes e quem são os responsáveis pelo esquema. Um dos suspeitos é o humorista e ex- participante do Big Brother Brasil Dilson Alves da Silva Neto, conhecido como Nego Di. Ele realizava publicações em sua rede social promovendo a marca. Muitas pessoas alegam ter chegado ao nome da loja por meio do perfil do ex-BBB.
Desde o início das investigações, em julho do ano passado, a 1ª Delegacia de Polícia de Canoas, que coordena o inquérito, ouviu formalmente mais de 50 pessoas, incluindo Dilson. Segundo a polícia, pelo menos 400 ocorrências foram registradas em diferentes delegacias do Estado.
— Ainda resta ouvirmos algumas peças-chave para a investigação, incluindo pessoas ligadas à empresa. Acreditamos que até o final deste mês teremos o inquérito concluído e pronto para ser remetido à Justiça ou para ser arquivado, se for o caso — explica o titular da 1ª DP de Canoas, Marco Guns.
Ainda conforme Guns, cerca de 10 meses depois da abertura do inquérito, ainda chegam relatos de pessoas que dizem ter sido lesadas pela Tá Di Zoeira. Recentemente, foram registrados casos em Pelotas, no sul do RS, em Caxias do Sul, na Serra, e em Santana do Livramento, na Fronteira Oeste.
— O que podemos dizer é que não interessa quem é a pessoa, se é famosa ou não. O que importa pra nós é se os clientes foram lesados, que tipos de contratos foram feitos com a empresa, e quem está por trás disso — complementa Guns.
Contraponto
GZH procurou a defesa de Nego Di. O advogado dele, Hernani Fortini, disse em nota acreditar que o inquérito apontará que seu cliente não obteve vantagens financeiras e que também é vítima do esquema.
Confira a nota na íntegra:
"Temos convicção que será concluído que o Sr. Dílson não obteve proveito econômico algum com o golpe ocorrido, tratando-se de uma vítima também, pois foi utilizado como instrumento para perfectibilização do crime de estelionato".