A polícia deflagra na manhã desta segunda-feira (24) uma operação em seis cidades da Região Metropolitana e do Vale do Sinos para combater homicídios decorrentes da guerra do tráfico de drogas entre facções. São 164 agentes, cumprindo 30 mandados judiciais de busca e 11 de prisão. Até as 7h25min, cinco pessoas haviam sido presas.
São utilizados na ação cerca de 50 viaturas e um helicóptero, em Canoas, Novo Hamburgo, São Leopoldo, Gravataí, Alvorada e Viamão. A ação é resultado da investigação de 13 homicídios e três tentativas entre setembro do ano passado e março deste ano.
A maioria dos crimes está relacionada à guerra entre quadrilhas que integram facções criminosas e disputam territórios para venda de entorpecentes. São basicamente duas organizações e 11 investigados, nove deles com prisões preventivas e dois com prisões temporárias decretadas.
O diretor da Divisão de Homicídios da Região Metropolitana, delegado Rafael Pereira, diz que todos os 16 casos, entre assassinatos e tentativas, estão com autoria e motivações identificadas por meio de provas.
— A operação Unity, nome do trabalho realizado hoje (segunda-feira), é originada após a investigação de caso a caso e do fato de que a maioria tem em comum o envolvimento das organizações criminosas que traficam armas e drogas. Temos como objetivo a conclusão do esclarecimento e responsabilização de executores e de mandantes dos crimes de homicídios ocorridos na região — explica Pereira.
— É importante a continuidade das ações e a qualificação das operações, com essa dinâmica de trabalho da PC e BM já estamos tendo resultados positivos — destacou o comandante do CPM, Coronel Márcio Gonçalves.
Ataque em represália e morte por engano
Nem todas as vítimas eram integrantes de facções criminosas envolvidas na guerra do tráfico. Além disso, um dos mortos foi assassinado por engano — um caso grave, na opinião do diretor do Departamento de Homicídios, delegado Mario Souza.
Segundo inquérito instaurado em Viamão, o dono de um bar do município registrou ocorrência de roubo ao estabelecimento. Souza diz que integrantes de um grupo ligado a uma das facções que são alvo da operação desta segunda-feira são responsáveis por roubos para capitalizar o tráfico. Eles roubaram o bar, ameaçaram os donos e, como represália ao fato das vítimas terem procurado a polícia, planejaram um ataque.
No dia 18 de março deste ano, os criminosos atiraram no carro da família, matando o filho do dono do bar e ferindo um amigo dele. Os cinco suspeitos deste homicídio qualificado e da tentativa de assassinato também são alvo da operação.
— Em represália ao registro policial, os cinco investigados alvejaram o carro da vítima imaginando que seu pai também estaria dentro, mas acertaram somente seu filho, que veio a óbito, e outra pessoa que sobreviveu ao atentado — complementa Souza.
Os nomes dos presos não foram divulgados. A polícia apenas informou que todos os investigados têm antecedentes criminais por tráfico, homicídio, violência doméstica, lesão corporal, entre outros.