Passados mais de 20 dias do desaparecimento do professor Misael da Costa Brito e 15 desde o encontro do seu corpo numa área de mata em Santo Antônio da Patrulha, no Litoral Norte, a causa da morte dele ainda é mistério para a Polícia Civil. Festeiro, brincalhão e muito estimado pelos amigos, o rapaz de 35 anos foi visto com vida pela última vez em 30 de março, numa padaria da cidade onde se criou e residia. Depois disso, sumiu e seu cadáver foi encontrado em 5 de abril.
Brito lecionava em uma escola profissionalizante para jovens como professor de informática. São muitas as questões que permanecem em aberto, a começar pela causa da sua morte. Encontrado na Estrada do Barro Vermelho, um distrito rural de Santo Antônio da Patrulha, o cadáver do professor já estava irreconhecível e coberto apenas com uma camiseta, sem outras peças de roupa. Ele foi identificado por uma tatuagem tribal num dos braços. Dias antes, o carro dele, um Fox, tinha sido encontrado na mesma trilha, abandonado e com a chave na ignição.
O rosto de Brito estava desfigurado, mas como ele tinha desaparecido havia cinco dias, os bombeiros que localizaram o corpo afirmam que não sabem dizer se os ferimentos foram anteriores à morte ou causados por animais, já que ali era uma área de mata silvestre.
A perícia ainda não determinou a causa da morte e, sem ela, o delegado da Polícia Civil responsável pelo caso, Valdernei Tonete, diz não ter elementos para configurar se ocorreu algum crime. As hipóteses são de suicídio ou homicídio. Brito era descrito como saudável pelos familiares.
Brito havia se separado recentemente e deixa um filho de quatro anos. A Polícia Civil faz investigação padrão. Rastreia se ele tinha costume de usar drogas, se fez inimizades no trabalho ou na vida pessoal.
Torcedor do Grêmio, gostava de festas, churrascada e música, do rock aos bailões. Era também adepto de acampamentos e fã de praia. Não há registro de que tenha angariado desavenças. Os familiares e amigos evitam especulações e mostram natural inconformidade com a morte do professor.