Um dos irmãos de Leandro Boldrini afirmou ter certeza de que o réu, julgado pela morte do menino Bernardo em 2014, será absolvido ao final do rito, nesta quinta-feira (23), quando os jurados irão decidir se o médico atuou ou não como mentor intelectual da morte do filho, aos 11 anos. Paulo Boldrini assiste ao último dia do júri no fórum de Três Passos.
Perguntado se o irmão será inocentado das acusações, Paulo respondeu:
— Vai ser absolvido, com certeza. Não tem prova nenhuma, né? Não tem provas. Nunca vi prova até agora, faz 10 anos. Como você vai incriminar alguém sem prova nenhuma? Não pode. Se a Justiça for boa, ele vai ser absolvido, com certeza.
Contudo, questionado duas vezes pela reportagem se Boldrini é inocente, o irmão do réu não respondeu. Ele falou rapidamente a GZH no momento em que saía do Salão do Júri, após a sessão desta quinta entrar no intervalo para almoço. Ele afirmou que deve falar com a imprensa novamente após o fim do julgamento.
Pela manhã, o júri começou com a informação de que Boldrini não prestaria depoimento porque teve um surto psicótico em razão de estresse. Desde terça-feira (21), Boldrini não comparece ao plenário por motivos de saúde. Ele é atendido no presídio de Ijuí. O réu esteve em plenário apenas na segunda-feira (20), primeiro dia de julgamento.
A sessão começou com a fase de debates, com a fala dos promotores do caso, Lúcia Helena Callegari e Miguel Germano Podanosche, que afirmam não terem dúvidas de que Boldrini participou da morte do filho, em um crime premeditado, segundo o Ministério Público. Eles falaram por cerca de uma hora e meia. Depois, foi a vez da defesa de Boldrini falar, também pelo mesmo tempo. O réu é atendido pelos advogados Rodrigo Grecellé Vares e Ezequiel Vetoretti. A defesa nega envolvimento do médico no caso, admitindo que o réu "falhou como pai", mas pontuando que "existe uma distância abismal entre não ser um bom pai" e "organizar a morte do filho".
A sessão deve ser retomada às 15h, e acusação e defesa terão mais uma hora cada para falar. Depois, os jurados se reúnem para votar o futuro do réu. A decisão será lida pela juíza Sucilene Engler Audino.
A previsão é de que o resultado seja conhecido por volta das 18h desta quinta.