A Polícia Civil investiga o motivo pelo qual a ex-esposa relatou ter sido vítima do ex-prefeito de Imbé, Pierre Emerim da Rosa, 44 anos, que esteve à frente do Executivo por duas gestões, entre 2013 e 2020. Joselaine da Silva Cardoso procurou a delegacia para afirmar que ele havia descumprido medida protetiva na semana passada e Emerim chegou a ser preso. Na sexta-feira, no entanto, ela mudou de versão.
O titular da delegacia de Imbé, delegado Rodrigo Nunes, diz que o trabalho agora é verificar o motivo inicial da medida protetiva, que foi concedida a partir do dia 31 de janeiro à vítima. Na ocasião, Joselaine procurou a polícia alegando ter sido ameaçada de morte pelo ex-companheiro. Após as medidas judiciais, Emerim ficou impedido de se aproximar dela.
Mas o ex-prefeito teria descumprido a decisão na última terça-feira (14). Conforme ocorrência registrada por Joselaine, ela e o atual namorado teriam sido agredidos por Emerim. Assim, ele acabou sendo preso na sexta-feira e solto em menos de 24 horas.
— Ele veio para ver meu filho. Eu não quis deixar, empurrei ele e ele me empurrou. Essa questão de namorado foi uma história que inventei. "Eu vou ferrar com a tua vida", eu falei. Eu fui na delegacia e inventei. Ele foi preso, eu me arrependi e chorei muito. Não era o que eu queria, achei que não ia dar em nada. Tudo foi ocasionado por ciúme. Fui de livre e espontânea vontade (prestar depoimento). Ele não tem culpa de nada, a culpada sou eu e estou arcando com as responsabilidade que me cabem — disse Joselaine à reportagem de GZH na sexta-feira.
O delegado Nunes ressalta que tem de voltar ao princípio da história, que é a solicitação de medida protetiva em janeiro, para depois confirmar se houve ou não agressão na última terça-feira durante o descumprimento de decisão judicial por parte de Emerim de não se aproximar da ex-esposa.
A polícia quer saber se houve ou não a violência doméstica e, caso não, por qual motivo aconteceu a falsa acusação. Se isso for confirmado oficialmente, Nunes deve abrir outro inquérito sobre denunciação caluniosa contra Joselaine. A nova apuração teria como base o artigo 339 do Código Penal Brasileiro e prevê, em caso de condenação, pena de dois a oito anos de prisão para quem praticou o ato de começar algum tipo de procedimento investigativo ou punitivo, atribuindo crime a pessoa que pode ser inocente.
Neste caso, ele ressalta que Joselanie passaria de vítima a investigada. O delegado destaca outro ponto importante. Segundo ele, também precisa ser apurado em que circunstância a ex-esposa de Emerim voltou atrás na sua versão. Sobre isso, GZH entrou em contato com ela mais uma vez nesta segunda-feira (20), mas ela informou que não quer mais se manifestar sobre o caso.
Ex-prefeito
A GZH, na última sexta-feira, Emerim disse que foi surpreendido com a ordem de prisão na manhã de sexta-feira. O ex-prefeito afirmou que "nunca" fez ameaças à ex-companheira.
— Ela teve raiva porque eu me separei e arrumei uma namorada. (As autoridades) foram induzidas ao erro — comentou o ex-prefeito, que já estava em casa quando conversou com a reportagem por volta das 20h de sexta, após ser liberado pela polícia.
Emerim não chegou a ser levado para o sistema prisional.