A 1ª Vara Criminal de Cachoeirinha, na Região Metropolitana, decretou a prisão temporária de dois policiais militares suspeitos de envolvimento na morte de Juliano Maximiliano Fialho, 37 anos. Ele morreu no dia 10, com queimaduras graves pelo corpo. Testemunhas afirmam que os PMs teriam posto fogo no corpo do homem, na madrugada do dia 3, no interior da residência dele, localizada na Vila Anair. Fialho foi internado no Hospital de Pronto Socorro (HPS) de Porto Alegre, mas não resistiu aos ferimentos.
O pedido de prisão foi feito pela Brigada Militar. A investigação começou na esfera militar, mas o caso foi para a Justiça Criminal comum, porque resultou em homicídio, crime que não é de abrangência da Justiça Militar. Conforme a denúncia, por ser usuário de drogas, os policiais militares já teriam agredido o homem diversas vezes. Testemunhas dizem que ele saiu de casa com o corpo em chamas, dizendo que PMs tinham ateado fogo nele. Na certidão de óbito de Fialho a causa da morte registrada foi "insuficiência circulatória decorrente de septicemia consecutiva e complicações clínicas de queimadura corporal extensa".
Policiais do 26º Batalhão de Polícia Militar são suspeitos de invadir a casa do rapaz. Dois deles foram presos na última sexta-feira (17), por ordem da juíza Camila Martins, de Cachoeirinha. O próprio batalhão ao qual os PMs estão vinculados instaurou Inquérito Policial Militar (IPM) para investigar o caso. Os brigadianos foram identificados a partir de denúncia feita por redes sociais. Outros dois, que também estiveram no local do crime "em apoio aos colegas na ocorrência", também são investigados. Os quatro foram afastados preventivamente do serviço externo, passando a executar atividades internas no Batalhão. Os dois suspeitos de homicídio estão sujeitos à exclusão da BM.
O homicídio é também investigado pela 2ª Delegacia de Polícia Civil de Cachoeirinha, que começou a tomar os primeiros depoimentos.