A Operação O Dobro ou Nada foi deflagrada na manhã desta terça-feira (24) pela Polícia Civil e pela Polícia Federal (PF), em Cachoeira do Sul, na Região Central. O objetivo é desarticular esquema de pirâmide financeira que teria causado prejuízo total de R$ 1 milhão para as vítimas — ainda não foi informado o número de pessoas lesadas.
Agentes cumpriram quatro mandados de busca e apreensão em Cachoeira do Sul. Conforme a PF, foram apreendidos computadores, celulares, documentos e três veículos. Além disso, também foi executado o bloqueio de valores em contas bancárias.
A investigação começou em dezembro de 2022. A polícia apurou que pessoas ligadas a uma empresa de Cachoeira do Sul ofereceriam oportunidades de investimentos com retorno de 100% do capital aplicado no prazo de três meses. O nome não foi divulgado, mas a reportagem de GZH apurou que trata-se da empresa Connect Money.
Segundo a investigação, a empresa oferecia vantajosos retornos financeiros, entre eles a suposta realização de operações que dariam retorno variável de 80% a 180% do capital investido, de acordo com o prazo de aplicação.
De acordo com as autoridades, a entrada de novos clientes dava suporte para o pagamento dos primeiros investidores, característica de uma pirâmide financeira.
A PF estima que, somente no último semestre de 2022, os investigados tenham movimentado ilicitamente mais de R$ 1 milhão. Parte do dinheiro foi utilizado na aquisição de veículos de alto valor.
Ninguém foi preso na operação.De acordo com a polícia, os investigados poderão ser indiciados pelos crimes de organização criminosa, crime contra o sistema financeiro nacional e estelionato.
O nome da operação, de acordo com a polícia, se deve ao fato de que os investigados ofereciam oportunidades de investimentos com promessa de retorno de 100%, ou seja o dobro do capital aplicado. Mas, segundo a PF, era questão de tempo para que a empresa deixasse de pagar seus clientes, que ficavam sem "nada".
A reportagem tentou contato com a empresa Connect Money por e-mail e também por telefone, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem.