Depoimentos e laudos periciais são aguardados pela Polícia Civil para confirmar circunstâncias e motivação das mortes de Miguel Rodrigues Rocha, 17 anos, Ygor da Silva Silveira, 19, e Mateus Rodrigues Cunha, 24. Eles foram encontrados com marcas de tiros na manhã do último sábado (21), na Estrada Edgar Pires de Castro, no bairro Lageado, em Porto Alegre.
A principal linha de investigação é que tenha ocorrido uma tripla execução. Conforme a delegada titular da 1ª Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Capital, delegada Isadora Guarabyra, dos três mortos, apenas Silveira possuía registro de antecedente, por ameaça. Rocha e Cunha não tinham registros de delitos a eles atribuídos. O caso intriga a Polícia Civil.
— Todas as vítimas foram atingidas por disparos de arma de fogo na cabeça. De acordo com a perícia, elas foram alvejadas, possivelmente, quando já estavam deitadas no solo — conta Isadora.
A delegada aponta que porções de maconha e cocaína foram encontradas junto aos cadáveres, além de um maço de dinheiro, contendo predominantemente notas de baixos valores.
Segundo a delegada, são esperados resultados das necropsias, de exames balísticos e de impressões digitais marcadas no automóvel GM Classic cinza, que estava ao lado dos corpos e pertence a familiares de uma das vítimas.
Atuação em telentrega de drogas é investigada
Para o chefe da Divisão de Homicídios de Porto Alegre, delegado Eibert Moreira, depoimentos de testemunhas e familiares das vítimas poderão solidificar uma das possíveis circunstâncias relacionadas ao triplo assassinato.
Segundo Moreira, há indicativos e evidências que apontam para o fato de que uma das vítimas estava atuando na telentrega de drogas pela região, situação que teria despertado contrariedade em um grupo criminosos que atua em bairros da zona sul da Capital.
— A região estava calma ultimamente. Havia algum tempo que não registrávamos fatos suspeitos de relação com disputa de interesse econômico de criminosos. Esta informação sobre a telentrega foi trazida por depoimentos, fortalecendo a linha de que já era considerada pelos policiais responsáveis pela investigação — diz.
De acordo com o delegado, a Polícia Civil também aguarda resposta da Justiça para pedido de acesso a dados telefônicos e monitora a movimentação de apenados que têm ascendência sobre grupos locais. Denúncias relacionadas ao caso podem ser feitas pelo número 0800 642-0121.