Depois de várias extorsões a um comerciante do Loteamento Timbaúva, no bairro Mario Quintana, zona norte de Porto Alegre, integrantes de uma facção resolveram ocupar os três mercados que ele possuía na região e mais três residências da família da vítima. A vítima foi expulsa do loteamento no final do ano passado, quando a polícia passou a investigar o caso.
Nesta terça-feira (13), agentes da Delegacia de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) realizaram uma operação no local. Também houve ações em Alvorada e Guaíba, na Região Metropolitana. Foram cumpridos 12 mandados de busca que resultaram na apreensão de dinheiro e cigarros contrabandeados, entre outros itens, além da prisão em flagrante de três suspeitos.
O delegado Marcus Viafore diz que a região é conflagrada pelo tráfico de drogas, o que tem gerado assassinatos, como um triplo homicídio na região no dia 14 de novembro. Uma das vítimas foi morta em um dos estabelecimentos comerciais tomados da vítima de extorsão. Embora o delegado acredite que o caso tem relação com o mesmo grupo que praticou as extorsões, estes crimes são alvo de investigações paralelas de outros departamentos da Polícia Civil. A apuração comandada por Viafore tem como foco somente a expulsão do dono dos mercados.
Com a identificação de suspeitos deste crime e a obtenção de provas, a polícia realizou a chamada Operação Êxodo, nesta terça. Os mandados foram cumpridos nas residências dos investigados e nos três mercados ocupados. Nos estabelecimentos foram localizadas dezenas de pacotes de cigarros trazidos ilegalmente do Paraguai. A operação ainda apreendeu um relógio avaliado em R$ 3 mil, mais de R$ 20 mil em espécie, telefones, máquinas de cartão de crédito e cartões bancários.
As prisões em flagrante, conforme o delegado, se deram por posse ilegal de arma de fogo e de munição e contrabando. Foram encontradas uma arma com numeração raspada e balas de fuzil. Por enquanto, não há informações sobre o envolvimento destes presos na extorsão. A operação desta terça-feira buscou obter mais provas para o inquérito sobre a expulsão do comerciante do Loteamento Timbaúva.