A Polícia Federal (PF) realiza nesta terça-feira (20) uma operação para desarticular um esquema de fraude no Auxílio Brasil, do governo federal. Uma organização criminosa teria desviado pelo menos R$ 130 mil do programa social.
Em Passo Fundo, no norte do RS, um casal foi preso e foram cumpridos cinco mandados de busca. Os 50 agentes que atuam na Operação Jeremias também cumpriram cinco ordens judiciais em Brasília, uma em Fortaleza (CE) e duas em Diadema (SP).
A PF diz que o objetivo é obter novas provas contra suspeitos que teriam emprestado dados pessoais para a confecção de cartões e documentos falsos usados na fraude. Para fins de ressarcimento dos cofres públicos, os investigados estão tendo bens bloqueados judicialmente.
A investigação iniciou em julho deste ano, quando agentes prenderam em Santa Maria, na Região Central, cinco suspeitos de integrarem o grupo. Eles estavam com cartões bancários pré-pagos, dinheiro em espécie, documentos falsos, computadores e celulares.
A partir disso, a PF instaurou inquérito para identificar a estrutura criminosa, assim como a abrangência da quadrilha, além de operadores e beneficiários.
Fraude
A PF informa que a fraude consistia em criar contas bancárias junto à Caixa Econômica Federal (CEF) em nome de terceiros para poder sacar indevidamente o benefício do Auxílio Brasil — política pública para ajudar famílias em situação de pobreza no país.
Um suposto líder do esquema foi preso em outubro em Novo Hamburgo, no Vale do Sinos. Mesmo em liberdade condicional, ele seguia envolvido nas fraudes do programa. Novas provas foram obtidas e o restante do grupo também foi identificado.
O casal preso nesta terça-feira em Passo Fundo estaria diretamente ligado a este líder detido e aos outros suspeitos presos na Região Central. Segundo a PF, eles não quiseram prestar depoimento.
Os nomes dos presos não foram divulgados porque a investigação continua. A PF acredita que o valor desviado seja superior aos R$ 130 mil já confirmados. Novos laranjas, que emprestaram dados para a aplicação da fraude, também devem ser identificados.
Até agora, são pelo menos 10 investigados. Os crimes apurados são estelionato contra a União e organização criminosa. As penas somadas, em caso de condenação, ultrapassam 15 anos de prisão.