Foi retomado, por volta de 14h desta terça-feira (22), o júri do caso envolvendo a morte do ex-vice-prefeito e ex-secretário da Saúde de Porto Alegre Eliseu Santos. São julgados Marcelo Machado Pio e Jonatas Pompeu Gomes. O advogado e jornalista Leudo Costa foi o quarto a depor. O depoimento foi marcado por bate-boca entre a testemunha, defesas e Ministério Público.
Costa começou contando a sua relação com a Reação, empresa de segurança que prestava serviços em postos de saúde na época do crime. Ele explicou que foi chamado para defender interesses da empresa em busca do pagamento de valor que a prefeitura de Porto Alegre estaria devendo. Segundo ele, após desentendimentos com os sócios, decidiu deixar a defesa da Reação.
Depois disso, Costa afirmou que procurou os investigadores para entregar um material que poderia ajudar nas investigações.
— Tão logo eu fiquei sabendo do crime pela Rádio Gaúcha, eu decidi procurar a Polícia Civil e entregar o material que eu tinha sobre o caso — disse Costa, ao informar que entregou o material ao delegado Bolívar Llantada, titular do inquérito policial na época.
Conforme a testemunha, o material continha um HD com imagens e uma pasta de documentos. Disse que informou também a José Carlos Brack, que na época trabalhava na Secretaria Municipal da Saúde e também réu no processo, sobre denúncias de irregularidades envolvendo a Reação e a pasta.
— Imagens mostravam advogado da Secretaria da Saúde manuseando uma arma de cano longo. E em outra situação, o advogado recebendo envelope. Me foi dito pelo pessoal da Reação que era propina — relatou Costa, afirmando que recebeu o HD da própria Reação, que estaria tentando pressionar a prefeitura com essas imagens a pagar o que supostamente devia à empresa.
Após Costa, o governador Ranolfo Vieira Júnior começou a depor, por volta das 16h, na condição de testemunha. O relato seria de forma virtual. Ranolfo era chefe de Departamento de Investigações Criminais (Deic) da Polícia Civil na época do crime.