Ao investigar a morte de uma menina de dois anos, ocorrida em Santa Vitória do Palmar, no domingo (6), a Polícia Civil apurou indícios de que ela era vítima de agressões diariamente. Os suspeitos das agressões, que a teriam levado à morte, são a mãe, de 26 anos, e o padrasto, de 24.
A criança foi levada pelo casal à Santa Casa de Santa Vitória do Palmar, na tarde de domingo, já morta e com sinais de agressão. Eles foram presos na segunda-feira e são investigados também por possível tortura contra uma irmã da vítima, uma menina de três anos. Os nomes não foram divulgados.
— A hipótese de tortura é uma das linhas de investigação. As crianças possuem lesões atuais e mais antigas. Não foi um fato isolado, eram agressões que vinham acontecendo diariamente — afirma o delegado Marcos Bottin, responsável pelo caso.
Entenda o caso
No domingo, o casal, que reside na localidade de Arroito, no interior do município, procurou o hospital em busca de atendimento para a menina. Eles argumentaram que a menina se machucou em uma queda em casa, após passar mal ao ingerir um remédio para anemia, à base de ferro. O médico identificou as lesões e chamou o Conselho Tutelar. No mesmo dia, o casal foi ouvido pela polícia. Os conselheiros tutelares localizaram a outra criança, de três anos, trancada em um quarto, desacordada e com sinais de violência.
Em depoimento, o casal negou as agressões. Mas a investigação, até aqui, apontou os dois como autores do crime.
— Não trabalhamos com outra hipótese. Durante o período da manhã, o casal não recebeu visitas na casa. Não há sinais de arrombamento, a mãe ficou na casa o tempo todo. Eles moram em uma pequena vila, tem várias casas ao redor, e ninguém percebeu alguém estranho no local. O próprio casal que estava com a criança não informou a presença de algum terceiro — disse Bottin.
O laudo do Instituto Médico Legal (IML) ainda não ficou pronto, mas a suspeita é que a criança tenha morrido por conta de uma hemorragia causada por traumatismo craniano. Entre outras lesões, há também sinais de queimaduras causadas por pontas de cigarro na pele da vítima.
A conclusão do inquérito depende do resultado do laudo. A irmã da vítima, de 3 anos, será ouvida em procedimento especial.
O que diz a defesa dos suspeitos
A Defensoria Pública vai atuar na defesa dos suspeitos. Procurada pela reportagem de GZH, emitiu o seguinte posicionamento:
A Defensoria Pública do Estado foi procurada por familiares para atuar na defesa dos dois acusados.
Como faz parte de seu dever constitucional, a instituição está acompanhando juridicamente os dois presos e irá se manifestar somente nos autos do processo.