A Polícia Civil de Santa Catarina prendeu seis suspeitos de neonazismo na última quinta-feira (20). Conforme a investigação, a célula tinha ramificações nos municípios catarinenses de Florianópolis, Joinville e São José. A ofensiva foi acompanhada pelo programa Fantástico, da TV Globo.
Segundo informações da Polícia Federal (PF), os jovens diziam ser a "nova SS de Santa Catarina" e idolatravam esse grupo da época do nazismo. A SS era considerada o esquadrão mais leal ao ditador nazista Adolf Hitler.
— Encaminhamos alguns símbolos vinculados a essa investigação. São símbolos pouco usuais, mas que são utilizados como forma de divulgação do nazismo em contraponto à suástica, que já é criminalizada. A bandeira do Kekistão é uma bandeira supremacista, e outro bastante utilizado é o runodal, símbolo do alfabeto germânico antigo — explicou um delegado da PF em entrevista ao Fantástico.
A PF informou que a investigação começou em abril deste ano, quando um homem foi preso por tráfico de drogas. Na casa dele, foram encontradas bandeiras neonazistas e uma arma de fogo. A partir dessa apreensão, a polícia deu início a uma investigação cibernética que encontrou vídeos com apologias neonazistas — as identidades dos integrantes não serão reveladas pela PF.
Um dos membros dessa célula neonazista, conforma a PF,mora em uma das praias de Florianópolis, tem 22 anos e é estudante do curso de Letras da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Ele interagia num grupo de mensagens com o nome “Aniversário do Führer” — palavra que significa “líder” em alemão e que era associada a Hitler. A polícia prendeu ainda três integrantes da célula em Joinville e um quarto membro em São José, na Grande Florianópolis.
A SS começou como uma milícia na Alemanha, antes de o nazismo tomar o poder, e se tornou o principal órgão de repressão e tortura. Foi a SS que administrou os campos de concentração e de extermínio.