A Polícia Civil de São Paulo desencadeou nesta terça-feira (18) operação com as polícias interestaduais para desarticular quadrilha suspeito da aplicar por golpes cibernéticos contra milhares de vítimas, incluindo seis prefeituras de cidades paulistas e uma de Minas Gerais. Desde as primeiras horas da manhã estão sendo cumpridos 50 mandados judiciais, entre eles 14 de prisões temporárias nos Estados de São Paulo, Goiás e Piauí. Às 9h, 10 suspeitos estavam presos — seis em São Paulo e quatro na Baixada Santista.s.
O delegado Everson Aparecido Contelli, titular do Departamento de Polícia Judiciária de Presidente Prudente, em São Paulo, disse que os criminosos agiam de forma organizada e hierarquizada.
— Havia um núcleo que atuava só em redes sociais, outro na lavagem de dinheiro, outro na cooptação dos correntistas e assim por diante, chegando à célula responsável pelos ataques a entes públicos, por isso estamos falando de uma organização criminosa — disse.
Somente da prefeitura de Pirapozinho, na região de Presidente Prudente, os criminosos desviaram mais de R$ 2,5 milhões. Em São Paulo, foram atacadas ainda as prefeituras de Nova Granada, Anhumas, Pratânia, Pontes Gestal e Teodoro Sampaio — em alguns casos, a quadrilha não conseguiu concluir a fraude. Também foram alvos de hacker as contas da prefeitura de Entre Folhas, em Minas Gerais, com prejuízo de R$ 111 mil.
Ainda segundo o delegado, o dinheiro era repassado para contas correntes cedidas para o esquema. Os correntistas recebiam de 5% a 15% do valor desviado.
— Já identificamos mais de 200 correntistas que participaram das ações criminosas. Eles também são cúmplices, pois possibilitaram a transferência dos recursos em troca de vantagem. Estamos buscando os líderes do esquema, mas em algum momento vamos chegar também nessas pessoas que cederam as contas — disse.
Na prática, segundo a polícia, os criminosos combinaram um grande vazamento de dados ocorrido no Brasil no início de 2021, com engenharia social e, se passando como funcionários de uma instituição financeira, direcionaram parte dos acessos das contas municipais para um falso site, o que ensejou a fraude e desvio dos recursos públicos por meio de Pix.
A investigação das fraudes foi iniciada pela Polícia Civil de Presidente Prudente. Participam da operação policiais civis do Departamento de Polícia Judiciária de Presidente Prudente e as delegacias seccionais de Adamantina, Assis, Dracena, Presidente Prudente, Presidente Venceslau e da Divisão Especializada de Investigações Criminais (Deic) de Presidente Prudente.