A Polícia Civil divulgou nesta sexta-feira (28) que localizou, no final da tarde passada, um laboratório de drogas no bairro Hípica, na zona sul de Porto Alegre. Além de mais de 35 quilos de entorpecentes e insumos, foram apreendidos equipamentos usados para qualificar e aumentar a produção.
O que chamou a atenção dos agentes da 3ª Delegacia do Departamento de Investigações do Narcotráfico (Denarc) foi o fato de que um dos dois presos na ofensiva é um catarinense que, conforme a investigação, estava na capital gaúcha para expandir a ação de uma facção da Grande Florianópolis.
O delegado Gabriel Borges diz que investigava o caso havia dois meses e, na quinta-feira (27), após monitoramento diário, abordou um dos suspeitos que chegava no laboratório. O preso em flagrante seria um dos entregadores de drogas. A polícia descobriu que os traficantes faziam telentrega para toda a cidade, tanto de maconha quanto de cocaína e ecstasy.
Outro homem que estava no imóvel utilizado como laboratório também foi preso em flagrante. Borges ressalta que ele é de Santa Catarina e que estava há oito meses em Porto Alegre. Os investigados não tiveram os nomes divulgados.
— Ele tinha a função de expandir a ação dos traficantes de Santa Catarina, que estão se especializando na produção de drogas sintéticas de alto padrão, aqui no Rio Grande do Sul — diz o delegado.
Borges ressalta que uma facção da Grande Florianópolis se uniu a outra, que tem base na Vila Cruzeiro, também na zona sul da Capital, para a produção e a distribuição de entorpecentes por meio de telentrega, principalmente de ecstasy.
Na ação desta quinta, foram apreendidos celulares, arma, munição, equipamentos usados para fabricação de drogas, além de 10 quilos de cocaína e mais de mil porções já embaladas, 20 quilos de maconha, 118 comprimidos de ecstasy e cinco quilos de insumos. A polícia calcula que o prejuízo seja de R$ 350 mil para as duas facções.
Metanfetamina
O delegado Borges ressalta ainda que foram localizadas 44 porções de metanfetamina. Ela é usada na produção de ecstasy e de cocaína, sendo uma droga psicoativa que atua diretamente no sistema nervoso central. O produto já existe há vários anos, mas foi difundido e conhecido mundialmente a partir da série norte-americana Breaking Bad.
A metanfetamina também é um estimulante cerebral e o uso prolongado, segundo Borges, pode causar várias complicações, sendo ansiedade excessiva e transtornos de personalidade as principais consequências. O entorpecente é uma substância ilícita e faz parte da mesma categoria da cocaína e da heroína, por exemplo.