A Polícia Civil, com apoio da Brigada Militar (BM), deflagrou uma operação nesta sexta-feira (5) em quatro cidades do Vale do Taquari. O alvo é uma organização criminosa que agia na região com tráfico de drogas, extorsões e golpes na internet. Foram cumpridos 68 mandados, com foco na lavagem do dinheiro obtido pela facção com os crimes. De acordo com as investigações, o grupo movimentou R$ 4 milhões em três anos.
O objetivo principal dos agentes nesta sexta era apreender bens e bloquear judicialmente contas bancárias — em vários Estados — dos suspeitos, com um valor aproximado de R$ 2,8 milhões. Mas também houve três prisões em flagrante, por lavagem de dinheiro, de suspeitos de envolvimento no esquema.
O delegado Márcio Moreno, responsável pela investigação, diz que a chamada “Operação Crime S.A." ocorreu em Lajeado, Estrela, Santa Clara do Sul e Imigrante. Foram mobilizados 120 policiais, sendo 110 civis e 10 militares. Eles cumpriram 27 mandados de busca e 29 de bloqueios de contas bancárias. Ainda foram sequestrados judicialmente sete imóveis na região e cinco carros, sendo três deles de luxo. Até as 9h30min, ainda faltava apreender um veículo.
A avaliação dos veículos apreendidos soma R$ 1 milhão. Os imóveis, segundo Moreno, valem mais de R$ 1,3 milhão.
No período de três anos que a polícia conseguiu verificar, a movimentação financeira nas contas bancárias bloqueadas foi de mais de R$ 4 milhões. O grupo lavava dinheiro obtido por meio do tráfico de drogas, mas também de crimes cibernéticos e de extorsões.
— O dinheiro obtido através do estelionato era oriundo de diversos golpes que eles aplicavam pela internet. E ainda lucravam uma segunda vez com extorsões, mediante coação e ameaças, ao exigirem que algumas das vítimas continuassem pagando mais valores, mesmo descobrindo que haviam caído em golpes — explica o delegado.
A maioria das vítimas é do Rio Grande do Sul, mas a polícia não descarta que haja pessoas lesadas em outros Estados. Isso porque, após os golpes, o dinheiro também era depositado em contas bancárias em Santa Catarina, Ceará, Rio de Janeiro e São Paulo. Tudo em nome de laranjas.
Moreno diz que a ação desta sexta-feira foi a segunda fase da “Operação Crime S.A.” realizada pelo Núcleo de Lavagem de Dinheiro da 19ª Delegacia Regional da Polícia Civil. Ele destaca que o trabalho continua. Por isso, os nomes dos suspeitos não foram divulgados.