Por volta das 18h desta quinta-feira (9), uma força-tarefa da Brigada Militar (BM) prendeu Juliano Biron da Silva, 39 anos, em Capão da Canoa, no Litoral Norte. Líder de uma das maiores organizações criminosas do RS, em 2020, Biron foi condenado a 20 anos e oito meses de prisão pelo assassinato do fotógrafo José Gustavo Bertuol Gargioni, 22 anos, em Canoas, na Região Metropolitana.
O foragido estava em um condomínio de luxo com um carro blindado. Ele estava no regime semiaberto, utilizando tornozeleira eletrônica, mas passou à condição de foragido devido a um mandado de prisão por homicídio, expedido pela 2ª Vara de Execuções Criminais de Porto Alegre, nesta quinta-feira.
Segundo o major Sérgio Augusto Rocha de Oliveira, comandante do 2º Batalhão de Policiamento de Áreas Turísticas (2º BPAT), Biron não resistiu à prisão e, até as 20h, seguia prestando depoimento na Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA) de Capão da Canoa. O major afirma que também foi apreendida uma grande quantidade de dinheiro, cujo valor ainda não foi contabilizado.
Ainda na noite desta quinta-feira, Biron deve ser transferido para a Penitenciária Modulada Estadual de Osório. Posteriormente, ele deve ser encaminhado à Penitenciária de Alta Segurança (Pasc) de Charqueadas.
Monitoramento e prisão
O comandante destaca que a operação foi deflagrada a partir de informações recebidas de militares da Inteligência do Comando-Geral da BM, em Porto Alegre. Por volta de meio-dia, os policiais foram informados de que o foragido estaria no Litoral, e a investida foi montada com apoio da Força Tática. A abordagem ocorreu em um condomínio residencial, no Km 35 da Estrada do Mar, no bairro Morada do Sol.
— Tínhamos informações de que ele estaria no Litoral, mas não sabíamos onde. No início da tarde, o vimos entrando em um condomínio de luxo em um Ford Fusion preto. Descobrimos em qual casa ele estava e batemos na porta. Ele sabia que tínhamos mandado de busca e não esboçou nenhum tipo de resistência. Ele estava com a família — sublinha o major.
Além de homicídio, Biron também tem antecedentes por roubo a agência bancária na Capital, tráfico de drogas, lavagem de dinheiro, porte ilegal de arma e receptação de veículo roubado. Em 2017, mais de 300 policiais participaram de uma operação em nove cidades da Região Metropolitana e do Litoral Norte para atacar as finanças de Biron.
Sobre o crime contra o jovem fotógrafo, ele foi torturado e morto a tiros em julho de 2015, na Praia de Paquetá. Para o Ministério Público, Biron cometeu o crime por ciúmes de uma jovem com quem mantinha relacionamento extraconjugal. A jovem também se relacionava com Gargioni.