Agentes da Delegacia de Polícia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas cumpriram, nesta sexta-feira (27), mandados de prisão, apreensão e bloqueios de contas bancárias de uma quadrilha que extorquia comerciantes da Região Metropolitana. Os crimes eram praticados de dentro da Penitenciária Modulada de Charqueadas.
A investigação apurou que o grupo criminoso, com base no bairro Vila Elza, em Viamão, vinha praticando uma série de extorsões contra uma família de empresários do setor de alimentação. O líder do grupo, com uso de celular, enviava mensagens de texto e áudio e até fazia chamadas de vídeo, do interior da cela, extorquindo os proprietários de um estabelecimento comercial. Os valores eram pagos em espécie ou via Pix, sendo distribuídos para contas de integrantes da facção ou de familiares deles. O prejuízo causado às vítimas soma R$ 118 mil.
O homem apontado como líder do grupo criminoso tem 45 anos de idade e antecedentes por homicídio, roubo, tortura, tráfico de drogas, associação ao tráfico e porte ilegal de arma. Segundo a Polícia, ele ainda contava com o apoio de um homem de 28 anos, também com amplo histórico de crimes, na realização das chantagens contra os empresários. Conforme o delegado Eduardo Amaral, responsável pela investigação, os suspeitos são padrasto e enteado.
— Eles dividem a mesma cela na Modulada de Charqueadas e também o celular. De lá, desde o mês de janeiro, faziam as cobranças contra os comerciantes. A família, inicialmente foi pagando, mas as ameaças e pedidos não paravam — disse o policial.
Os bandidos ameaçavam os proprietários através do contato de WhatsApp do estabelecimento comercial, cobrando por uma suposta carga roubada pela quadrilha, que teria sido interceptada pela Polícia Civil. Conforme a história dos falsários, o empresário teria denunciado a facção pelo roubo.
Em uma primeira chantagem, foram entregues R$ 50 mil em espécie e outros aportes através de Pix. Os criminosos ameaçavam a integridade física da família, além de prometer ataques ao patrimônio. Por conta disso, os comerciantes chegaram a sair do município.
Nas residências alvos de buscas nas cidades de Viamão, Porto Alegre e Gravataí, foram aprendidos quatro telefones celulares. Os mandados de prisão foram destinados aos bandidos que já cumprem pena no presídio de Charqueadas. Em abril, um suspeito de integrar a quadrilha já tinha sido preso.