Após a repercussão do vídeo que mostra Marian Damásio Fontoura batendo em um homem que a importunou sexualmente no posto de gasolina em que ela trabalha, a frentista recebeu um convite de Wallid Ismail, criador do Jungle Fight, para ingressar no mundo dos esportes e lutar MMA na próxima edição do evento, em agosto, no Rio de Janeiro.
Em entrevista a GZH, Marian contou que aceitou a oferta e que vai começar a treinar ainda nesta semana. A data exata do confronto ainda não foi confirmada, nem quem será a adversária da nova atleta.
Em entrevista ao programa Timeline, da Rádio Gaúcha, na última sexta-feira (20), a frentista revelou o sonho de se tornar uma lutadora profissional e o convite para o evento. Ela também contou que não tem experiência prévia com lutas — ao contrário do que internautas especularam após a divulgação do vídeo.
— Nunca fiz nenhuma luta, nenhuma aula, foi apenas instinto mesmo — explicou, em relação à forma como se defendeu do homem que a tocou.
Wallid Ismail, presidente do Jungle Fight, confirmou a GZH que fez o convite a Marian. Ismail conta que desenvolve um trabalho na organização, de sempre realizar três lutas nos eventos com atletas estreantes, como forma de inclusão no mercado.
Foi neste contexto que surgiu o convite à frentista. O organizador diz ter ficado sabendo da história de Marian por meio da imprensa e resolveu dar a ela a oportunidade na luta.
— Ela é um símbolo. Imagina se ela consegue realmente ter uma vida melhor, ela vai servir de inspiração para várias guerreiras que têm a disposição, mas não vão treinar — avalia.
Ismail afirma que está se envolvendo pessoalmente na busca por uma academia e um treinador que possam preparar Marian para a luta. Antes de subir ao octógono, ela será avaliada por um treinador indicado pelo Jungle Fight.
— É um processo, não vou jogar ela contra uma pessoa que já seja profissional de alguma arte — explica o presidente da organização.
Segundo Wallid Ismail, há possibilidade de Marian ser tema de um programa de um canal esportivo da TV por assinatura. A produção acompanharia a preparação dela para a luta.
O organizador lembra que é importante que a aspirante a lutadora consiga um patrocínio, para tornar viável que ela se dedique aos treinos até a luta.
— Ela é guerreira, isso é um fato, tem o que precisa para ser um lutador, que é a disposição, que é a vontade, a atitude. Agora a gente tem que saber como ela vai se comportar no dia a dia do treinamento, porque o treinamento de luta é muito duro — avalia Wallid Ismail.
Relembre o caso
O caso veio à tona depois de a frentista de 22 anos divulgar em redes sociais imagens que mostram ela reagindo com tapas e socos quando é tocada pelo homem durante o trabalho. O caso ocorreu no bairro Lomba do Pinheiro, na zona leste de Porto Alegre. A mulher registrou ocorrência e pediu medidas protetivas em relação ao homem — para que ele seja proibido pela Justiça de se aproximar dela.
Marian ainda disse que compartilhou a gravação em suas redes sociais para alertar outras mulheres do bairro a respeito do homem e que não incentiva a reação violenta de outras vítimas.
— O ideal sempre é que denunciem, não fiquem caladas — opinou.