A Polícia Civil finalizou nesta semana um segundo inquérito contra organização criminosa de São Paulo que se associou a outra gaúcha, com base no Vale do Sinos, para tráfico de drogas e armas no Estado, além de lavagem de dinheiro. Os grupos movimentam R$ 12 milhões por mês, investindo inclusive em criptomoedas, na bolsa de valores de São Paulo, adquirindo dezenas de imóveis e veículos, além de depósitos em centenas de contas bancárias em nome de laranjas – algumas em nome de crianças.
Na nova ofensiva contra este esquema criminoso, o titular da Delegacia de Repressão à Lavagem de Dinheiro do Departamento de Investigações do Narcotráfico, delegado Adriano Nonnenmacher, diz que foram indiciadas quatro pessoas, entre empresários e profissionais liberais gaúchos, que atuavam como operadores financeiros. Eles tiveram um carro e um imóvel, avaliados em R$ 350 mil, sequestrados judicialmente.
Desde julho de 2021, Nonnenmacher conduziu duas operações policiais em várias partes do país contra essas organizações criminosas, indiciou em dois inquéritos 40 pessoas e obteve do Poder Judiciário a apreensão de bens que somam R$ 8 milhões.
A primeira operação policial foi deflagrada em julho do ano passado em sete Estados após a identificação de 45 operadores da facção paulista agindo em todo Brasil no tráfico de drogas e armas no Rio Grande do Sul. Um detento na Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc) foi apontado como elo gaúcho da rede, enquanto um baiano, que segue em em presídio na região metropolitana de Belém (Pará), era o elo nacional.
A segunda operação ocorreu em novembro de 2021, quando houve o sequestro judicial de bens avaliados em R$ 3,2 milhões. Houve a apreensão de imóveis e veículos, além da indisponibilidade de contas bancárias. Foram cumpridos também dois mandados de prisão no Estado e em Santa Catarina. Contudo, houve apenas uma prisão em flagrante em Gravataí.
Nonnenmacher diz que outros desdobramentos da chamada “Operação Irmandade” irão ocorrer futuramente. Entre os líderes gaúchos, dois já estão presos preventivamente e dois ainda foragidos.