A Polícia Civil prendeu na manhã desta quinta-feira (10), em Gravataí, um PM da reserva que participou do roubo de sete bobinas de cabo de condução elétrica de uma subestação de energia no bairro Praia de Belas, em Porto Alegre. O crime ocorreu dia 11 de fevereiro e a carga foi avaliada em R$ 1,2 milhão. Outro suspeito foi detido logo depois do fato e pelo menos mais cinco são investigados.
Conforme a investigação da Delegacia de Repressão aos Crimes Contra o Patrimônio das Concessionárias e os Serviços Delegados (DRCP) do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), o soldado da reserva foi um dos quatro suspeitos, sendo um deles vestindo uniforme de uma empresa, que chegaram no portão do local - na esquina das Avenidas Praia de Belas e Ipiranga - e renderam vigilantes.
Depois disso, outros funcionários e demais vigilantes ficaram em salas separadas, para depois terem mãos amarradas e olhos vendados durante o roubo. Para levarem as bobinas, foram usados dois caminhões. Os veículos foram emprestados sob alegação de que iria ocorrer apenas um frete. Pelo menos mais três criminosos chegaram na subestação nos dois caminhões, que tiveram as placas clonadas na tentativa de despistar qualquer tipo de abordagem policial.
O delegado Luciano Peringer, responsável pela investigação, diz que, na fuga, o PM da Reserva ainda usou o próprio veículo para escoltar os caminhões que transportavam as bobinas roubadas. Através de imagens de câmeras de segurança, a equipe da DRCP conseguiu identificar a placa do carro, que não havia sido clonada. O automóvel foi apreendido nesta quinta-feira, além disso, foram recolhidos celulares e uma arma na casa do preso.
Logo após o roubo, a polícia conseguiu prender também em Gravataí um dos integrantes da quadrilha. O homem era o motorista de um dos caminhões. Peringer diz que não houve divulgação na época para não prejudicar a apuração.
Imagens de câmeras de segurança também auxiliaram a polícia na identificação dos dois suspeitos presos. Ambos não tinham antecedentes criminais. O trabalho continua para que sejam descobertos os nomes dos demais envolvidos e na busca pelos receptadores. Por enquanto, ainda não há informações sobre a carga e os dois caminhões usados no crime.
Todas as vítimas já foram ouvidas e confirmaram as identificações dos presos, informando que todos vestiram uniformes de empresa durante o carregamento da carga. Contudo, um deles havia chegado à subestação já com um dos uniformes. Funcionários e vigilantes também confirmaram que foi usado um braço mecânico hidráulico - usado em indústrias para movimentação de cargas pesadas - para carregar as bobinas, que pesam cerca de 2,5 toneladas.
A subestação de energia Porto Alegre 4 pertence à empresa paulista MEZ Energia desde 2020.