Uma operação realizada nesta quinta-feira (27) prendeu um homem, que não teve o nome divulgado, por fabricação e venda de medicamentos e produtos contendo a substância canabidiol, conhecida como maconha medicinal, em Capão da Canoa, no Litoral Norte. Os itens comercializados não possuíam autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e estavam em desacordo com a legislação vigente.
A ação foi realizada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), pela Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor de Porto Alegre, pela Delegacia de Polícia de Capão da Canoa e pela Secretaria Estadual da Saúde.
A investigação foi iniciada após a chegada de um e-mail ao Ministério Público (MP) e à 18ª Coordenadoria Regional de Saúde com anúncio sobre comercialização da substância canabidiol por uma empresa sediada em Capão da Canoa, sem necessidade de receituário médico para a sua compra. Com o avanço dos trabalhos, foi constatado que a empresa Mais Thopp Natural difundia amplamente nas redes sociais o uso dos produtos.
De acordo com o MP, eram comercializados produtos e divulgados catálogos com os denominados “kits” para doenças como fibromialgia, Parkinson, Alzheimer, depressão, ansiedade, insônia e para emagrecimento. O órgão confirmou ainda que os responsáveis pela empresa afirmavam que os produtos também eram indicados para utilização em cães
— Pelas informações contidas nesses materiais, alguns produtos continham até 8% de tetrahidrocanabinol (THC, o princípio ativo da maconha, responsável pela maioria dos efeitos psicotrópicos da droga), quando a legislação brasileira determina que os produtos de cannabis devem conter predominantemente canabidiol (CBD) e não mais que 0,2% de THC — destacou o promotor de Justiça de Defesa do Consumidor de Porto Alegre, Alcindo Luz Bastos da Silva Filho.
O homem foi detido por manter depósito, explorar venda, vender e fracionar produto sem registro na Anvisa contendo canabidiol. Na operação, também foram cumpridos dois mandados de apreensão na sede da empresa e na residência do proprietário.
GZH tenta contato com a empresa Mais Thopp Natural, mas, até o momento, não obteve retorno.
