Quatro criminosos envolvidos no assalto a carro-forte em Guaíba na manhã desta quarta-feira (29) têm passagem pelo sistema prisional. Dois foram mortos e dois foram presos. Outros dois ainda seguem foragidos. A informação foi divulgada pela Polícia Civil em coletiva de imprensa realizada na sede do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), nesta tarde.
A Polícia Civil ainda não tem informações completas sobre a identidade dos criminosos, mas não descarta a possibilidade de que integrem um grupo maior. Conforme o delegado Sander Ribas Cajal, diretor do Deic, a viatura clonada utilizada pelos criminosos tinha uma placa que pertence à Polícia Civil, embora a adesivagem apresentasse, inclusive, erros de grafia.
Na van que os criminosos utilizaram na fuga foram localizados, pelo menos, R$ 3,54 milhões em espécie. Esse valor ainda pode aumentar. A Polícia Civil também não contabilizou ainda o volume total de armamentos, munições e uniformes policiais apreendidos, mas entre os materiais estão fuzis de calibre 7,62 e pistolas 9mm.
O subcomandante da Brigada Militar (BM), o coronel Cláudio dos Santos Feoli contou como ocorreu a perseguição e o cerco aos criminosos. Ele relatou que os suspeitos abordaram os vigilantes do supermercado em Guaíba informando que eles deveriam voltar para a base pois um membro da equipe estaria sendo mantido como refém. Feoli explicou que, de fato, um dos vigilantes não foi trabalhar nesta quarta-feira por questões de saúde. Ele conta que os criminosos utilizaram um a viatura da Polícia Civil clonada e um automóvel Jeep Renegade.
Alguns quilômetros depois, o grupo trocou os carros por um automóvel Renault Duster e uma van devido a uma pane ocorrida em um dos veículos. Na fuga pela BR-386, os criminosos arremessaram miguelitos na estrada, o que, inclusive, fez com que outros carros parassem na rodovia. Em Eldorado, o grupo pegou um refém a bordo de uma caminhonete SW4, que foi com o grupo até a região das ilhas, onde foi liberado. No local, parte do grupo seguiu por terra e outra por uma embarcação.
Com o cerco montado pela polícia na rodovia, foram capturados os dois suspeitos. No interior da van, foram localizados R$ 3 milhões dentro de caixas de armazenamento que os criminosos não conseguiram violar. Os outros quatro criminosos seguiram até a Ilha do Pavão. O subcomandante destaca que o Batalhão de Operações Especiais da Brigada Militar (Bope) ingressou em uma área de mata onde ocorreram os confrontos que resultaram nas mortes de dois criminosos.
Feoli salientou que as diligências na região das Ilhas, para onde fugiram os assaltantes, ainda não se encerraram e devem prosseguir até que os dois últimos suspeitos sejam presos. Ele também ressaltou a violência do grupo, que disparou contra viaturas e helicóptero da BM:
— Poucas vezes vimos isso. Mostra a audácia deles em enfrentar o Estado dessa forma.
O comandante do Deic também destacou a estratégia de ataque do grupo, que ele caracterizou como “bem estruturado e ousado”.
— Além dos disparos, tivemos uma viatura clonada. Quem escolhe o confronto são eles. A Polícia, como um todo, mostrou que estamos preparados para seguir até o final — ressaltou.