Criminosos atacaram um carro-forte em Guaíba, na manhã desta quarta-feira (29), e fugiram levando armas e dinheiro. O crime aconteceu no momento em que o veículo abastecia o caixa eletrônico localizado em um supermercado no bairro Jardim dos Lagos.
Segundo as primeiras informações, ao menos seis criminosos participaram da ação — dois suspeitos foram presos no início da tarde e dois morreram em confronto com o Batalhão de Operações Especiais (Bope) da Brigada Militar (BM) por volta das 15h45min. A Polícia Civil ainda não tem o número exato de assaltantes envolvidos no caso.
Eles chegaram ao supermercado usando dois veículos — um deles uma EcoSport com falsos adesivos da Polícia Civil. A placa deste automóvel é compatível com uma viatura oficial da Polícia Civil e agora os policiais investigam esse vínculo. Os assaltantes usavam uniformes completos do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), também falsos.
Após renderem os vigilantes, os assaltantes trocaram de veículo e fugiram num furgão pertencente a uma suposta dedetizadora e em uma Duster, levando armas e dinheiro em direção a Eldorado do Sul. Durante o trajeto, o grupo largou miguelitos pela pista da BR-290 para dificultar a perseguição das forças de segurança.
A van apresentou problema mecânico, e o grupo seguiu a fuga na Duster. Mais adiante, esse veículo também foi abandonado, com os assaltantes fugindo pela Ilha dos Marinheiros.
Na van, foram localizados cerca de R$ 3,35 milhões. Também foi recuperado dinheiro roubado com os suspeitos presos e mortos, mas a quantia ainda não foi contabilizada.
O grupo abandonou o veículo na ponte sobre o Rio Jacuí e se dispersou no matagal e também em uma embarcação, com parte fugindo em direção à região da Ilha do Pavão. Pelo menos três pessoas foram feitas reféns no caminho: um dono de veículo, na Ilha dos Marinheiros, além de dois proprietários de casas na área. Um homem foi obrigado a levar quatro criminosos de barco até a Ilha do Pavão. Na região, moradores estão recolhidos em suas casas enquanto policiais realizam as buscas.
Na Ilha do Pavão fica uma das sedes do Grêmio Náutico União. Segundo informações do clube aos associados, as instalações foram evacuadas pela manhã, com a saída segura de associados, convidados, atletas e funcionários. O local segue fechado para que as equipes policiais possam realizar as buscas aos criminosos.
BM, Polícia Civil, Polícia Rodoviária Federal e Marinha do Brasil fazem buscas por outros cinco integrantes — somente da Brigada Militar são pelo menos 80 policiais envolvidos. Os criminosos chegaram a disparar contra o helicóptero da BM.
O barco utilizado na fuga já foi localizado. A bordo, munições, coletes balísticos e camisetas da Polícia Civil. Armas teriam sido jogadas na água e, por isso, bombeiros foram chamados para realizar mergulhos na região.
Inicialmente, a Brigada Militar havia informado, até as 11h50min, que quatro criminosos haviam sido presos. Entretanto, a informação foi retificada pela corporação e, naquele momento, havia apenas dois detidos. Outros dois suspeitos foram abordados, mas liberados.
Peritos do Instituto-Geral de Perícias (IGP) recolheram objetos e coletaram material genético nos veículos usados pelo grupo. No local onde os veículos foram abandonados também foi realizada coleta de impressões digitais e o levantamento fotográfico da cena. O trabalho, em parceria com a Brigada Militar e a Polícia Civil, pode desvendar quem são os envolvidos e até mesmo apontar a participação deles em outros delitos.
No local do assalto, há poucos sinais da ação criminosa. O carro-forte visado pelos ladrões segue estacionado em frente ao supermercado, guarnecido por dois policiais militares. Não há fitas isolando o veículo, parado a menos de dois metros da entrada do supermercado aguardando perícia. Um carrinho de compras foi colocado para manter aberta a porta da viatura, com placas de São Paulo e pertencente à empresa TB Forte.
Na fachada do supermercado há pelo menos uma câmera de segurança direcionada para o veículo. A gerente da loja de 4,6 mil metros quadrados não quis informar se o assalto foi flagrado pelas câmeras, alegando não ter autorização para falar com a imprensa. Segundo a assessoria de imprensa do Grupo Big, a empresa está colaborando com as autoridades policiais e que não houve violência contra os funcionários, tampouco prejuízos materiais e pessoais.
A assessoria diz ainda que os bandidos não chegaram a entrar na loja, porém dois caixas eletrônicos instalados na parte interna, em frente aos caixas, estão isolados por fitas.
O estabelecimento segue funcionando normalmente, com clientes sem qualquer restrição de acesso. O atendimento ao público não chegou a ser suspenso.