A Polícia Civil deflagrou, nesta quarta-feira (24), operação para combater um grupo criminoso suspeito de extorquir idosos na Região Metropolitana. Os alvos da ofensiva são agiotas que atendiam principalmente o público acima dos 60 anos e cobrariam das vítimas — supostamente por meio de ameaças — valores até 30 maiores do que o empréstimo.
Dois suspeitos foram presos em flagrante nos bairros Farrapos e Partenon, em Porto Alegre, e um deles confessou que obtinha dinheiro com traficantes colombianos para oferecer informalmente para moradores da cidade, entre eles idosos. Além disso, um dos detidos também responde por dois homicídios. As buscas prosseguem durante o dia, já que os suspeitos que têm prisão preventiva decretada não foram localizados.
Foram cumpridos dois mandados de prisão e seis de busca e apreensão nas residências dos suspeitos em Porto Alegre, Canoas e Viamão, onde foram encontrados 30 celulares, sendo alguns deles já confirmados que foram roubados, R$ 4 mil, cartões de apresentação para oferecer empréstimos e carregadores de fuzil.
Apesar de a polícia confirmar dois idosos que tiveram valores cobrados de forma abusiva, o número pode ser ainda maior porque foi apreendido um caderno com nomes e telefones de pessoas que fizeram empréstimos.
Investigação
Conforme investigação da Delegacia de Proteção à Pessoa Idosa, o dinheiro seria cobrado à força e mediante ameaças. A delegada Andrea Mattos diz que uma das vítimas teve a casa arrombada e outra, após ameaças, foi morar em outro Estado.
— As vítimas procuravam os agiotas, pessoas que fazem os empréstimos informalmente, e combinavam valores e juros. Mas os suspeitos cobravam sempre a mais, juros abusivos mesmo, e pior, em um dos casos, apesar da quitação, a quadrilha seguiu cobrando mais valores — diz Andrea.
A polícia confirmou o arrombamento da residência de um idoso e também que outra vítima receberia pelo WhatsApp fotos de armas e mensagens com prazo para pagar pelo empréstimo. Algumas ameaças eram relativas a familiares das vítimas, o que levou uma delas a sair do Rio Grande do Sul.
Ao todo, seis suspeitos foram identificados, mas apenas dois tiveram a prisão preventiva decretada. Contudo, eles não foram localizados nesta quarta-feira. Os nomes dos investigados não foram divulgados porque as buscas continuam.
As possíveis vítimas desta quadrilha podem acionar a polícia por estes três telefones: (51) 98444-0606, 100 e 181 ou pelo site da Polícia Civil.