Após receber a denúncia de que um casal estaria em atitude suspeita em uma agência do banco Sicredi, a Brigada Militar (BM) enviou, na tarde de quinta-feira (11), uma guarnição até o estabelecimento, que fica na Avenida Presidente Lucena, no centro do município de Ivoti, no Vale do Sinos. Assim que os PMs chegaram, o homem, de 31 anos, e a mulher, de 21, estavam entrando em um Chevrolet Spin. Eles foram abordados pelos policiais, que, ao vistoriar o veículo, encontraram oito máquinas de cartão e R$ 3.180 no banco traseiro. Segundo a BM, os dois estavam aplicando o "golpe do cartão", e tinham ido até a agência para retirar os valores extorquidos.
O comandante do pelotão de Ivoti, tenente Prado, disse que as principais vítimas dos suspeitos eram idosos. Antes da abordagem, a dupla já havia feito quatro vítimas.
— O golpe funcionava assim: eles já sabiam quais pessoas daquela região tinham conta no banco e qual era o telefone para contato. Antes de um dos dois ir até a residência, um terceiro integrante, que ainda não foi identificado, ligava para a vítima e dizia que um representante do banco iria até a casa para pegar o cartão e a senha. Depois do contato, o homem ou a mulher iam até a casa e, com um crachá que "identificava" o seu cargo, recolhia os cartões e a senha da pessoa. Logo depois, eles iam em direção à agência para retirar o dinheiro — afirmou o tenente.
Depois da ação, a dupla foi encaminhada para a Delegacia de Polícia de Ivoti. Na sequência, foram para a Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento de Novo Hamburgo, onde aguardavam vaga no presídio. Nenhum dos suspeitos é natural do Rio Grande do Sul. O homem é do Rio de Janeiro e a mulher é paulista.
A investigação
Segundo a delegada responsável pelas investigações, Michele Arigony, os dois chegaram ao Estado no domingo (31) e não tinham antecedentes criminais.
— O que a gente percebeu é que esses dois foram contratados por uma organização maior para virem até o Rio Grande do Sul buscar os cartões. Temos outros registros de pessoas de outros Estados que vieram para o Rio Grande do Sul aplicar golpe e, logo em seguida, saíram — declarou a delegada.
As investigações da Polícia Civil seguem para descobrir se há mais envolvidos atuando no Estado e identificar as demais vítimas.
Segundo o tenente Prado, é preciso ter cautela e desconfiar de desconhecidos que pedem dados pessoais.
— Nenhuma agência bancária manda representantes até a casa do cliente. Em caso de suspeita, ligue para o 190 — disse.
Produção: Henrique Abrahão