No fim de março de 2019, Maria Eduarda Zambom, 15 anos, saiu de casa em Catuípe, na Região das Missões, para ir à escola, como fazia todos os dias. A adolescente desapareceu e nunca mais retornou para casa. O corpo dela foi localizado no dia seguinte, em uma área de mata. Na próxima quarta-feira (17), Pedro Alberto Zimmermann, 52 anos, que era motorista da van escolar na época, irá a júri pelo assassinato da garota. O réu responde pelos crimes de feminicídio, estupro e ocultação de cadáver.
O julgamento está agendado para iniciar às 9h30min, em Catuípe, e será presidido pela juíza Rosemeri Oesterreich Kruger. O réu, que está preso desde que foi descoberto o crime, está na Penitenciária Modulada de Ijuí. O crime aconteceu na localidade de Passo Burmann, na área rural de Catuípe. Zimmermann era motorista do transporte público escolar da cidade. Segundo a denúncia do Ministério Público, ele teria se aproveitado do fato de ser conhecido da família, para ir até a casa dela, com o pretexto de levar a adolescente à escola.
A acusação entende que o crime foi premeditado, já que o réu foi até a residência da garota no carro particular e não com a van escolar, como costumava fazer. No trajeto, teria parado o veículo e arrastado a adolescente até um matagal e praticado o crime. Maria Eduarda foi morta por asfixia, após ser violentada sexualmente. O réu ainda é acusado de ter escondido o corpo da vítima, que só foi encontrado no dia seguinte por familiares e populares, que realizavam buscas, após seu sumiço.
No ano passado, chegou a ser agendada outra data para o julgamento de Zimmermann, mas a sessão foi adiada após pedido da defesa do réu, em razão das condições sanitárias. O processo foi suspenso, em novembro, pelo período de 120 dias. A juíza na época considerou o fato de que o advogado do réu era idoso, fazendo parte de grupo de risco para contaminação pelo coronavírus.
O caso
Maria Eduarda residia em uma localidade a 25 quilômetros da área central do município. A menina costumava aguardar o transporte escolar, no início da manhã, nas proximidades de casa. A mãe da garota contou aos policiais na época que, ao ouvir o som de um veículo saindo da frente da residência, percebeu que não era a Kombi na qual a filha costumava ir para o colégio e, sim, um carro particular. Como ela não chegou na escola, os familiares procuraram a polícia e iniciaram buscas.
No mesmo dia, foi encontrada uma blusa da adolescente e a mochila que ela usava. O corpo de Maria Eduarda foi localizado no início da manhã do dia seguinte, em uma área de matagal. A vítima tinha uma marca no pescoço, que já indicava para possível morte por asfixia, o que veio a ser confirmado depois. No dia do desaparecimento de Maria Eduarda, Zimmermann foi encontrado com um corte no pescoço, em razão de uma tentativa de suicídio. Ele foi hospitalizado. O veículo dele estava estacionado nas proximidades de onde foi encontrada a mochila da garota.
Contraponto
GZH tenta contato com o advogado Clovis Edivon Willms, que segundo o Tribunal de Justiça é o responsável pela defesa do réu. Quando ouvido durante a investigação, Zimmermann negou ter cometido o crime.