A Polícia Civil divulgou que prendeu pela terceira vez, desde julho do ano passado, Rogério Ricardo Clemente Pizzato. Ele é terapeuta holístico e réu em processo judicial sobre violação sexual — mediante fraude — de 10 pacientes. Segundo acusação, os atos teriam ocorrido sob alegação de que faziam parte do tratamento.
A nova prisão ocorreu no bairro Igara, em Canoas, na segunda-feira (11). Apesar de estar solto desde março deste ano, após passar a usar tornozeleira eletrônica, o Ministério Público (MP) ingressou com novo recurso. A defesa do réu informa que vai recorrer mais uma vez e que seu cliente nega todas as acusações.
Segundo o delegado Arthur Raldi, da Delegacia de Capturas do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), havia um mandado de prisão preventiva expedido na semana passada após o MP recorrer com uma medida judicial chamada de recurso em sentido estrito, o que foi atendido pelo Tribunal de Justiça. O recurso é uma medida que visa impugnar decisões que ainda não tenham caráter definitivo.
Com isso, a 4ª Vara Criminal de Canoas expediu novo mandado de prisão preventiva. A equipe do Deic passou a monitorar o terapeuta e realizou a prisão. Ele segue na sede do Departamento, na zona norte da Capital, aguardando que a Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe) indique uma vaga no sistema prisional.
O terapeuta foi preso pela primeira vez em junho do ano passado, em Canoas, no mesmo local onde foi detido nesta segunda-feira e onde teriam ocorrido as "terapias sexuais". Na época, conforme inquérito policial, as vítimas alegaram que o contato sexual era uma forma de tratamento e cura aos problemas que apresentavam, contudo, relataram também perdas de valores com os cursos e terapias, em alguns casos, de até R$ 25 mil por pessoa. Um mês depois disso, ele foi solto, mas em dezembro, após outro recurso da Promotoria, o suspeito voltou a ser preso e, em março deste ano, recebeu liberdade provisória, desde que passasse a usar tornozeleira eletrônica.
O advogado Valdir Florisbal Jung, que defende o réu, manifestou-se por meio de nota. Leia na íntegra:
"O réu teve sua prisão revogada em duas oportunidades. Quando da revogação, o juiz determinou cautelares diversas da prisão, que foram cumpridas, rigorosamente, pelo meu cliente. Contudo, o MP, insatisfeito com a soltura, recorreu e em uma decisão do Tribunal de Justiça, por 2 votos a 1, foi decretada novamente a prisão.
O réu nega, veementemente, as acusações. É primário, tem residência fixa e vínculo familiar.
Entre as cautelares, estava impedido de acessar as redes sociais e se aproximar das supostas vítimas, além de não exercer a atividade. Isso vinha sendo cumprido na íntegra.
Outro fato importante é que as testemunhas de acusação e defesa e as supostas vítimas já foram ouvidas, não se fazendo mais presente o argumento da ordem pública. O processo só não tem sentença ainda porque o promotor pediu a reabertura da fase de instrução.
Estamos analisando o teor da decisão para ingressar com recurso".