Será remetido nesta sexta-feira (27) ao Poder Judiciário, o inquérito que resultou na Operação Dominus, desencadeada pela Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) de Santa Maria, em junho deste ano. Na ocasião, 48 pessoas foram presas. Os investigados fazem parte de uma quadrilha que é ligada a uma facção do Vale do Sinos. Ao todo, foram 45 pessoas indiciadas. A maioria por organização criminosa, tráfico de drogas, associação para o tráfico e corrupção de menores.
O líder do grupo é um homem de 37 anos e sua mulher. Ele está preso na Penitenciária Estadual de Santa Maria (PESM) e tem antecedentes criminais por assassinato, tentativa de homicídio, tráfico de drogas, associação criminosa, associação para o tráfico, entre outras. O nome da operação, Dominus, que significa mestre, é justamente relacionada ao poder de gestão do líder do grupo.
Um dos seus homens de confiança, um homem de 37 anos, responsável pela movimentação financeira do grupo, cometeu suicídio na PESM em 7 de agosto.
Ao longo da investigação, que começou em dezembro do ano passado, foram 58 prisões. Além disso, oito veículos foram apreendidos. Foi concedido também o sequestro de bens, como três imóveis, duas chácaras, em Dilermando de Aguiar e Mata, pagas em dinheiro vivo pelo líder do grupo, e uma casa no Loteamento Cipriano da Rocha, em Santa Maria. Também houve o bloqueio de contas bancárias, apreensões de quase 20 armas, drogas e cerca de R$ 50 mil em dinheiro.
ATUAÇÃO
Ao longo da investigação, os policiais descobriram que os criminosos tinham a estratégia de trocar de carro frequentemente para dificultar o monitoramento da polícia. De dezembro até junho, foram 12 trocas. Para isso, eles pagaram R$ 114 mil a mais do que o valor de mercado dos veículos para o dono de uma revenda, que também vendeu a chácara em Dilermando de Aguiar ao chefe do grupo. Por isso, o empresário também foi indiciado por organização criminosa.
O grupo dominava o tráfico de drogas em pelo menos oito bairros nas regiões Norte, Oeste e Central. Além disso, o bando também tinha negócios com armas. Os criminosos compravam, vendiam e até alugavam armas de fogo, ou trocavam por outros produtos ilícitos como entorpecentes.
Foram identificados também a realização de assaltos e furtos, que ajudavam a capitalizar a organização. Em casos de roubos de veículos, geralmente eram usados para cometer outros crimes. Um homicídio pelo menos também foi relacionado ao grupo.