A Polícia Civil prendeu nesta segunda-feira (9) em Salvador, na Bahia, o líder de uma facção gaúcha, com base no Vale do Sinos. Por meio de uma investigação da 4ª Delegacia de Homicídios de Porto Alegre, Luís Rodrigo Abreu Silveira, 37 anos, conhecido como Pepé, é suspeito de ser mandante de tentativa de homicídio contra duas vítimas na Capital, em junho.
Os agentes na Bahia cumpriram cinco mandados de busca e dois de prisão em um resort na praia do Forte.
A investigação que culminou com a captura de Pepé foi realizada pelo delegado Rodrigo Pholmann Garcia, titular da 4ª Delegacia de Homicídios. Segundo ele, o suspeito foi monitorado há dias e, quando se soube o paradeiro dele, a polícia de Salvador foi acionada. Pepé foi preso em um luxuoso resort, onde estava com a esposa, duas filhas e o genro.
Além dos telefones celulares, eles tiveram uma caminhonete, arma e documentos apreendidos. A prisão em Salvador foi coordenada pelo delegado José Alves Bezerra Júnior. A operação foi chamada de Castelo de Areia.
Emboscada
A emboscada ocorreu no dia 16 de junho deste ano no bairro Campo Novo, zona sul de Porto Alegre. Garcia diz que Pepé teria desconfiado do valor cobrado por parte de um advogado. Por isso, como a primeira parte do dinheiro já havia sido paga, ele teria combinado o pagamento do restante em uma via pública. O valor acertado era de R$ 150 mil sobre honorários advocatícios.
Tratava-se de uma rua sem saída, e dois funcionários do advogado, em um carro, foram até o final da via e estacionaram o veículo. Na sequência, dois homens em uma moto pararam ao lado do automóvel e entregaram uma mochila para as vítimas. Ao invés de dinheiro, havia apenas papel picotado. Nesta ocasião, os dois homens na moto dispararam vários tiros contra o carro. Uma das vítimas foi baleada no rosto, mas conseguiram fugir até um estacionamento próximo. A Brigada Militar foi acionada e socorreu os dois homens, mas os atiradores não foram localizados.
Pepé, segundo o delegado Garcia, responde pelos crimes de porte ilegal de arma de fogo, duas vezes, ameaça, ameaça com arma de fogo, dano, disparo de arma de fogo, quatro vezes por tráfico de entorpecentes e dez vezes por homicídio doloso. Ele também é apontado por possuir negócios no Rio de Janeiro e em Balneário Camboriú, em Santa Catarina. Um dos executores da tentativa de homicídio já havia sido preso logo após o fato, com duas armas e farda da Brigada Militar.
GZH solicitou à polícia contato de advogado do preso para contraponto, mas ainda não conseguiu acioná-lo.