Após a prisão de dois traficantes ainda no ano passado, em Alvorada, a Polícia Civil passou a investigar um grupo que vendia drogas no município e que teria ligação com outros criminosos no bairro Restinga, na zona sul de Porto Alegre. Chamou a atenção dos agentes o fato de o grupo usar três imóveis na Capital com grande proteção para guardar armas e entorpecentes.
Os locais eram chamados de "fortalezas", o que deu nome à ação desencadeada nesta sexta-feira (2). Todos têm poucas aberturas, muros de pedra, grades de aço altas e câmeras de vigilância, apesar de, por fora, serem simples casebres.
O titular da 3ª Delegacia do Departamento de Investigações do Narcotráfico (Denarc), delegado Alencar Carraro, diz que tudo começou com a prisão de duas pessoas e com a apreensão de grande quantidade de drogas, ainda em 2020. Depois disso, foi descoberta a ligação da dupla de Alvorada com traficantes da Restinga.
— Os grupos firmaram uma parceria e vendiam drogas nas duas localidades, mas, na Restinga, estavam as "fortalezas", que são de difícil acesso. Para conseguirmos os mandados de busca, tivemos que fazer monitoramento aéreo. De fora, parecem casebres simples, mas têm grande proteção e são muito vigiados — explica.
A operação desta sexta-feira contou com 50 agentes: além dos policiais civis, também participaram integrantes da Brigada Militar. Foram cumpridos oito mandados de busca e houve apoio de um helicóptero durante o trabalho.
Três suspeitos foram presos pela manhã na zona sul da Capital, e outros cinco durante a investigação. O grupo teve apreendido, nesta sexta e durante toda a apuração, 12 quilos de cocaína e 30 de maconha, além de crack e armas.
Carraro diz que os suspeitos ainda ostentavam armas e drogas nas redes sociais. Como a investigação continua, nomes de presos não foram divulgados.